Hungria propõe converter hipotecas em moeda estrangeira

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Por Redação
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O Banco Nacional da Hungria, o banco central húngaro, está pronto para usar parte das reservas cambiais do país para ajudar o governo a livrar famílias de hipotecas caras em moeda estrangeira, disse o diretor da instituição, Adam Balog.Segundo ele, a autoridade monetária está pronta e é capaz de fornecer divisas para os bancos de varejo, de forma que eles possam converter as hipotecas em moeda estrangeira para a moeda local, o florim húngaro. A redução das reservas cambiais do país seria feita gradualmente, e o banco central estaria disposto a fornecer moeda estrangeira aos bancos de varejo a taxas de mercado, de acordo com Balog.A conversão para o florim húngaro poderia ocorrer em etapa única, ainda neste ano, disse Balog em discurso na reunião anual da Associação de Economistas Húngaros.Tal movimento pelo banco central não significaria que as reservas cambiais da Hungria teriam declínio em um único passo. Os bancos de varejo teriam que usar o dinheiro do banco central para pagar dívidas em moeda estrangeira de curto prazo, reduzindo ao mesmo tempo a exigência de reserva cambial do país.Os bancos de varejo com dívidas em moeda estrangeira de longo prazo teriam que depositar o dinheiro no próprio banco central, e apenas pagar sua dívida externa de longo prazo no vencimento - resultando em uma redução gradual das reservas cambiais do país.As reservas em moeda estrangeira da Hungria atingiram 35,23 bilhões de euros no final de julho. Balog não especificou qual seria o nível das reservas cambiais húngaras depois da medida. Os bancos húngaros precisam de cerca de 11 bilhões de euros para cumprir uma nova lei de compensação aos mutuários e para converter hipotecas em moeda estrangeira.Como primeiro passo, o banco central iria fornecer cerca de 3 bilhões de euros aos bancos de varejo, para que eles pudessem cumprir com suas obrigações de ressarcir os mutuários de hipotecas em moeda estrangeira neste ano, disse Balog.Pela nova lei, os bancos são obrigados a compensar os clientes de varejo por aumentos unilaterais nos juros e nas taxas de empréstimos realizados nos últimos dez anos. A lei também ordena que os bancos reembolsem os mutuários de empréstimos em moeda estrangeira - a maioria hipotecas vinculadas ao franco suíço - por ganhos desde 2004 com o diferencial entre a compra e a venda das moedas estrangeiras.Em uma segunda etapa, o que também pode ocorrer até o final deste ano, o banco central poderia fornecer aos bancos de varejo os 8 mil bilhões de euros restantes para suas necessidades de financiamento. Fonte: Dow Jones Newswires.

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