Ian Blair mantém permissão para matar

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Por Agencia Estado
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O comissário-chefe da Scotland Yard, Ian Blair, afirmou hoje em um encontro com a imprensa estrangeira que a Polícia britânica continuará tendo "licença para matar" em casos de terrorismo, "porque não há alternativa". "Revisamos essa política várias vezes, mas não conseguimos encontrar uma alternativa. Em um local abarrotado de pessoas, a única possibilidade de impedir que um suposto terrorista cometa um atentado é ´atirar para matar´", assegurou. Blair reconheceu hoje que, no caso de Jean Charles, a política de "atirar para matar" foi ineficaz, e adiantou que serão feitas mudanças "para evitar que erros como esse ocorram novamente". No entanto, essas mudanças serão pequenas e "não afetarão o núcleo da estratégia, que continuará sendo a mesma". O comissário-chefe, alvo de uma investigação por seu papel na operação antiterrorista que acabou com a vida do brasileiro, voltou a pedir desculpas pela morte de Jean Charles, mas insistiu em que "é preciso levar em conta o contexto em que aconteceu". Paralela a esta investigação interna, a Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês) apresentou na semana passada à procuradoria seu esperado relatório sobre o fato, para que o procurador decida se apresentará acusações criminais contra os dez policiais envolvidos no caso. Além disso, a IPCC iniciou uma investigação sobre o próprio Blair a pedido da família do brasileiro, que o acusa de ter mentido ao dar sua versão inicial dos atos, quando assegurou que Jean Charles tinha se comportado de forma suspeita.

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