NOVA YORK - O Edifício Chrysler, uma obra-prima da art deco e uma das imagens-símbolo na paisagem de Nova York por décadas, foi colocado à venda por seus proprietários, a empresa de investimentos dos Emirados Árabes Mubadala e o grupo imobiliário Tishman Speyer. O valor pedido não foi divulgado.
O arranha-céu de 77 andares e 319 metros revestido de aço inoxidável foi por um breve período - 11 meses - o prédio mais alto do mundo logo após ser concluído em 1930. Ele perdeu o posto para o Empire State (com 381 metros até o topo e 443 com a parte superior com a antena).
"É muito excitante. Estou recebendo pedidos de toda parte do mundo", disse Darcy Stacom, da corretora CBRE Group Inc, sem revelar quando os proprietários esperam receber pelo edifício.
O prédio passou por uma reforma de US$ 100 milhões depois que a Tishman o adquiriu em 1997. A empresa, depois, reduziu sua participação. O fundo soberano de Abu Dhabi pagou US$ 800 milhões quando comprou 90% de sua propriedade em 2008.
A marca do edifício e sua localização na Rua 42, a leste do Grand Central Terminal, em Manhattan, estão prontos para uma "maior exploração de varejo", disse Stacom.
Um elemento que pode assustar possíveis compradores é que o terreno em que foi erguido o edifício é propriedade de uma terceira parte, a universidade privada Cooper Union. O valor do terreno foi estimado em 2017 em US$ 679 milhões.
A taxa de ocupação do prédio está em 80%, abaixo da média da cidade, de acordo com a CBRE.
Em média, os edifícios da região de Midtown têm cerca de 50 anos e muitas lojas que funcionavam neles estão vazias, atingidas fortemente pelo e-commerce. Com o novo distrito Hudson Yards no West Side atraindo as grandes corporações, tem aumentado as preocupações sobre o interesse em Midtown, que pode estar diminuindo.
No entanto, Midtown ainda é um destino favorável aos negócios. A empresa JPMorgan planeja construir um prédio para sua sede nas proximidades de Park Avenue. Um prédio de escritórios, One Vanderbilt, está sendo construindo próximo à estação Grand Central.
A idade do prédio pode ser um atrativo também, considerando a popularidade da região de Midtown South, que tem a mais baixa taxa de desocupação da cidade, com companhias como Alphabet Inc's Google e Facebook ocupando estruturas com mais de um século de idade.
A decisão de vender uma propriedade como essa, segundo a diretora do programa de desenvolvimento imobiliário da Columbia University, Patrice Derrington, é direcionada por vários fatores, não apenas à performance insatisfatória.
Ainda que leve o nome do fabricante de automóveis, que é o de seu fundador Walter Chrysler, a companhia nunca manteve seus escritórios nesse edifício. / REUTERS e AFP