Idi Amin poderá ser enterrado em Uganda. Funeral de Estado está descartado.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo ugandense comunicou que não se oporá ao enterro de Idi Amin no país, se assim a família desejar, mas altos funcionários descartaram qualquer possibilidade de um funeral de Estado. O ministro da Informação de Uganda, Nsaba Buturo, lamentou que o país tivesse perdido a oportunidade de julgá-lo pelas atrocidades que promoveu. Os ugandenses demonstraram alívio pela morte do tirano e, em alguns casos, nostalgia por um governo que expulsou do país em 1972 a minoria asiática, que dominava parte da economia. "Deixe-o morrer porque matou muita gente. Ele assassinou meu tio que sustentava nossa família", disse Michael Mademaga, de 41 anos, funcionário dos Correios. Não há dados oficiais sobre os mortos, mas as estimativas oscilam entre 100 mil e 500 mil. "Não estou contente, porque Idi Amin defendia o povo daqui. Eu rezava para que ele pudesse voltar e tornar-se presidente de novo", disse Mary Kimeme, de 80 anos. Um dos filhos dele, Ali Amin, disse, em Kampala, que os parentes em Uganda se reuniram para discutir os detalhes sobre o funeral, mas não quis revelar onde ele será sepultado. O líder da comunidade muçulmana de Uganda, Shaban Mubaije, disse que Idi Amin cometeu erros, mas "não era um homem mau". Ele convocou todos os muçulmanos a rezarem por ele nas mesquitas. Idi Amin Dadá ficou tristemente célebre pelo sanguinário regime de terror que impôs a Uganda e também por sua extravagâncias. No auge do poder, usava o título de "Sua Excelência o conquistador do Império Britânico, o hadj (peregrino muçulmano) marechal doutor Idi Amin Dadá, presidente vitalício de Uganda, comandante-chefe das Forças Armadas, presidente do Conselho de Polícia e das prisões".

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