
26 de abril de 2020 | 20h12
QUITO - O ministro de Saúde do Equador, Juan Carlos Zevallos, qualificou de “arrepiante” o caso de uma mulher hospitalizada em Guayaquil, epicentro da pandemia de coronavírus no país, que foi dada como morta em uma confusão de identidade e recuperou a consciência depois de 27 dias.
Alba Maruri, de 74 anos, foi internada em 27 de março com febre e problemas respiratórios e horas depois foi declarada morta. Uma semana mais tarde, seus parentes receberam um cadáver que foi imediatamente cremado em razão da emergência sanitária no Equador. O país registrou oficialmente 576 mortes pelo novo coronavírus, mas uma análise dos dados feita pelo New York Times indica que o número de mortos é 15 vezes maior.
Na sexta-feira, os funcionários do hospital telefonaram para a família dizendo que ela estava viva e durante todo esse tempo havia ficado inconsciente. Juan Carlos Ramírez, um dos sobrinhos, disse em uma rede social que por causa do transtorno causado pela pandemia confundiram os nomes.
O hospital entregou o corpo a outro sobrinho, Jaime Morla. Ele disse por telefone à France Presse que foi ao necrotério do hospital e ficou a vários metros de distância dos cadáveres com medo de ser contaminado. Contou que lhe mostraram o corpo de uma idosa nua de bruços que tinha todas as características da tia. “Fiquei com medo de ver seu rosto”, disse Morla, de 39 anos.
A irmã caçula de Alba, Aurora, conservou a urna com as cinzas de uma pessoa desconhecida. “A coloquei em seu quarto e rezei por ela todos os dias.” / AFP
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