18 de março de 2011 | 16h05
Fontes médicas e testemunhas contaram à Reuters que as forças de segurança iemenitas e atiradores não identificados abriram fogo contra a multidão após as orações muçulmanas na capital do país, Sanaa.
O Ministério do Interior informa que o número de mortes é 25, mas médicos disseram que 42 morreram e ao menos 300 ficaram feridos.
O presidente, que se esforça para manter no poder o governo de 32 anos, negou que a polícia seja culpada e disse que as mortes aconteceram durante confrontos entre os manifestantes.
Ele declarou estado de emergência, dizendo que isso significa que os cidadãos comuns não poderão portar armas.
O Iêmen, que abriga uma célula ativa da Al Qaeda, é o segundo país da região a anunciar estado de emergência esta semana. Na terça-feira, o Barein instituiu a lei marcial, seguida por uma grande repressão aos manifestantes.
Não estava claro de imediato, porém, se Saleh tem o poder militar para impor uma ordem como essa. O país da Península Arábica está profundamente dividido e abalado por semanas de agitação civil que provocaram mais de 70 mortes.
As testemunhas contaram que as forças de segurança inicialmente dispararam para o alto na sexta-feira a fim de impedir que os manifestantes antigoverno marchassem fora de um acampamento na frente da Universidade de Sanaa, que se tornou o epicentro do movimento de protesto.
Depois dos disparos iniciais, o tiroteio continuou e o número aumentou. Não estava claro quem foi o responsável pelas mortes. As testemunhas dizem que aparentemente os disparos vinham de diferentes direções.
"A polícia não estava presente e não abriu fogo. Os confrontos aconteceram entre cidadãos e manifestantes", disse Saleh numa entrevista coletiva. "Está claro que há elementos armados entre os manifestantes."
Os Estados Unidos, que há muito tempo consideram Saleh um baluarte contra a Al Qaeda, condenaram a violência e reiteraram seu pedido por um fim negociado à crise política.
"A violência precisa acabar, é preciso buscar negociações a fim de chegar a uma solução política", disse a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, a jornalistas depois de se reunir com o vice-primeiro-ministro da Irlanda em Washington.
Depois das mortes, porém, a oposição no Iêmen disse que não é possível negociar com o governo de Saleh.
"Nós condenamos esses crimes", disse Yassin Noman, presidente rotativo do grupo de oposição do Iêmen.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.