Iêmen diz ter matado dois líderes da Al Qaeda mas críticos duvidam

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Por ERIKA SOLOMON E MOHAMMED GHOBARI
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Autoridades iemenitas disseram na quinta-feira que suas forças de segurança mataram dois líderes da Al Qaeda no sul do país, como parte de uma ofensiva destinada a retomar áreas ocupadas por militantes. A violência assola o Iêmen desde fevereiro, quando teve início uma onda de protestos contra o presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 33 anos. A presença dos militantes na província de Abyan gera temores de governos ocidentais e da vizinha Arábia Saudita de que a Al Qaeda iemenita estaria explorando um vácuo de segurança. Um site ligado ao Ministério da Defesa disse que as forças iemenitas mataram Ayedh al-Shabwani e Awad Mohammed al-Shabwani durante intensos combates na quarta-feira. Mas grupos oposicionistas e analistas de segurança manifestaram ceticismo, dizendo que o governo quer demonstrar que controla Abyan, onde há confrontos diários desde que os militantes conquistaram a cidade de Jaar, em março, e a capital provincial, Zinjibar, em maio. Ali Dahmas, político oposicionista de Abyan que fugiu do sul há algumas semanas, disse que o governo provavelmente está tentando esconder o poderio dos militantes. Os anúncios "são apenas analgésicos, são só uma tentativa de agradar os Estados Unidos, mas em seguida a batalha irá simplesmente se deslocar para outra cidade." Em janeiro de 2010, o Iêmen já havia noticiado a morte de Ayedh al-Shabwani, e em 2009 disse ter matado alguém de nome Awad al-Shabwani. A Al Qaeda na Península Arábica negou as mortes de ambos na época. Uma fonte do governo admitiu, sob anonimato, que os críticos tinham motivos para ceticismo. "Eles têm o direito a algumas dúvidas, porque já houve no passado uma falta de precisão em informações dadas, mas nossa mídia anuncia as notícias tal qual as recebemos daquela área." Nas últimas semanas, as forças de segurança em Abyan noticiaram a morte de dezenas de militantes pelo Exército, incluindo pelo menos outros dois líderes da Al Qaeda local. O grupo ainda não confirmou a morte de nenhum dos seus líderes, mas costuma levar semanas para fazer anúncios desse tipo pela Internet. Em meio aos distúrbios políticos, uma mulher morreu, aparentemente atingida por uma bala perdida, e um homem foi morto a punhaladas numa briga com partidários de Saleh que realizavam uma manifestação em Sanaa, a capital. No sul do Iêmen, dois militantes morreram quando instalavam explosivos para um atentado, segundo o Ministério da Defesa. (Reportagem adicional de Mohammed Mukhashaf, em Áden; e de Isabel Coles, em Dubai)

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