
18 de junho de 2011 | 00h00
Representantes do governo iemenita negaram ontem as informações de autoridades sauditas, segundo as quais o presidente Ali Abdullah Saleh não retornará ao Iêmen para reassumir o cargo. Saleh está internado há mais de duas semanas num hospital da capital saudita, Riad, depois de um ataque à mesquita anexa ao complexo presidencial.
Não há informações precisas sobre o estado de saúde de Saleh, que teria passado por cirurgias e não tem prazo para receber liberação médica. O vice-ministro de Informação do Iêmen, Abdu al-Janadi, descartou a possibilidade de o presidente não reassumir o cargo e afirmou que Saleh deve retornar ao país "nos próximos dias", sem especificar uma data.
Saleh não apareceu em público desde o ataque, no início do mês.
Ontem, milhares de iemenitas saíram às ruas para pressionar pela rápida nomeação de um conselho interino que substitua o governo de Saleh.
Os manifestantes pediram ainda que o rei saudita, Abdullah, não permita a volta do presidente ao Iêmen.
Também ocorreram protestos em Taez, segunda maior cidade do Iêmen, em Áden, Ebb, Hudayda e Mukalla, segundo testemunhas.
Em Taez, manifestantes promoveram ontem, dia sagrado dos muçulmanos, orações e uma manifestação na Praça da Liberdade pela primeira vez desde que o local foi tomado por forças de segurança, no dia 29 - numa ofensiva para reprimir as manifestações que, segundo a ONU, deixaram mais de 50 mortos.
Saleh está no poder desde a unificação do país, em 1990. Antes, de 1978 a 1990, ele governou, ininterruptamente, o Iêmen do Norte.
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