Igreja chilena 'poderia e deveria' ter evitado abusos, diz Piñera

Em sua primeira declaração pública sobre o escândalo envolvendo bispos e padres do país, presidente chileno se diz triste porque muitas autoridades da Igreja tiveram conhecimentos dos fatos, mas preferiram ocultá-los em vez de enfrentá-los

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Por Redação
Atualização:

SANTIAGO - As autoridades da Igreja Católica chilena "poderiam e deveriam" ter evitado muitos abusos, afirmou o presidente Sebastián Piñera, em sua primeira declaração pública sobre o escândalo.

"Poderiam e deveriam ter evitado muitos abusos e muito sofrimento de crianças chilenas, e isso também me entristece profundamente", disse Piñera em entrevista à Associação Regional de Canais de Televisão (Arcatel), divulgada neste sábado, 28, pela imprensa local.

Para presidente chileno, Igreja deve tirar lição do episódio e não permitir que casos de abuso sejam acobertados Foto: AFP PHOTO / ALFREDO ESTRELLA

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"Também me entristece que muitas autoridades da Igreja católica tenham conhecimento desses fatos e, em vez de enfrentá-los com a verdade, por negligência, por prudência, por erros, ou pelo que seja, ocultaram esses fatos".

"Espero que isso seja uma profunda lição para a Igreja católica e digo isso com toda clareza e respeito como católico: a Igreja nunca deve acobertar um crime e muito menos quando são crimes de abuso sexual contra crianças", afirmou Piñera, na entrevista.

Esse foi o primeiro comentário público do presidente chileno sobre o escândalo de abusos sexuais que abala há meses a Igreja católica do país.

De acordo com um documento entregue pelo Ministério Público na segunda-feira, 158 bispos, padres e laicos foram, ou estão sendo, investigados por abusos sexuais no Chile desde 1960.

Até o momento, o MP relata 266 vítimas, 178 delas meninos, meninas e adolescentes que sofreram abusos sexuais por parte de membros ligados à Igreja católica. Mantém abertas 36 investigações, enquanto 108 já foram concluídas. / AFP

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