Igreja condena reforma na educação sexual no Equador

Textos sobre educação sexual integrarão planos de estudo das escolas do país

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Por Agencia Estado
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A igreja católica do Equador abriu uma polêmica com grupos de defesa dos direitos das mulheres, pela aprovação no Congresso de reformas no Código da Saúde que incentivam a educação sexual para adolescentes. A Conferência Episcopal Equatoriana, em comunicado, condenou as emendas do Parlamento, por considerar que elas atacam a família "ao facilitar o uso de anticoncepcionais por parte dos adolescentes, independentemente de seus pais". Os bispos criticam no comunicado o texto das emendas e questionam "o direito de decidir sobre ter ou não ter filhos, sem maiores precisões, e deixando portanto a porta aberta para a legalização do aborto". Além disso, o episcopado considera "pouco confiáveis" os textos sobre educação sexual que serão integrados aos planos de estudo das escolas de todo o país. O Conselho Permanente da Conferência Episcopal também se reservou o direito de fazer novos comentários sobre as reformas, após uma análise mais apurada. E lançou um alerta aos pais de família sobre o "atentado à saúde integral das famílias e da sociedade equatoriana cometido pelo Congresso Nacional". Nidia Pesantez, representante do Conselho Nacional da Mulher (Conamu), disse que a resolução do Congresso garante os direitos sexuais e reprodutivos. Pesantez declarou ao programa de rádio "Notimundo" que a resolução parlamentar "é positiva, já que permitirá erradicar a mortalidade materna, a gravidez em adolescentes e especialmente o aborto em condições de risco". "A resolução do Congresso é avançada, progressista, pela vida", acrescentou Pesantez. Ela afirmou que o texto se enquadra na Constituição e em tratados internacionais assinados pelo Equador.

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