Igreja venezuelana pede a militares garantia de eleições livres

Bispos denunciaram que processo eleitoral teve 'irregularidades'; próxima disputa presidencial está marcada para 2018

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - A Igreja Católica da Venezuela pediu aos militares para garantirem que as próximas eleições no país sejam livres e transparentes, após denunciar irregularidades no pleito do último domingo. 

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"Fazemos uma chamada urgente às autoridades civis e militares para que coloquem todo seu empenho em devolver ao povo soberano o exercício livre e justo do voto e que assegurem a total transparência no processo (eleitoral)", informou a Conferência Episcopal em um comunicado. 

Eleitores procuram novos locais de votação após mudanças de centros eleitorais Foto: REUTERS/Jose Issac Bula Urrutia

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As Forças Armadas são o principal apoio do presidente Nicolás Maduro, a quem essa instituição jurou "lealdade absoluta". Os bispos denunciaram que o poder eleitoral atuou como "um árbitro parcial a serviço do partido oficial", durante as eleições em que o governo ganhou 18 regiões e a oposição, cinco. 

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As eleições "geraram novas dúvidas e abriram a porta para maiores tensões e conflitos", continua o comunicado. A próxima disputa presidencial na Venezuela está prevista para fins de 2018, na qual também haverá eleição dos prefeitos. 

A cúpula eclesiástica, que já acusou Maduro de encabeçar uma "ditadura comunista", enumerou uma série de "irregularidades" denunciada previamente pela oposição. Entre elas, mudanças de locais de última hora dos centros de votação e  uso dos meios e recursos do Estado para beneficiar candidatos oficiais. 

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 A igreja pediu ainda para os venezuelanos não perderem confiança em seu voto como forma de solução pacífica à crise política e econômica do país. Maduro e altos funcionários acusam a igreja de atuar como um partido político opositor e ignorar os chamados de diálogo do Papa Francisco. / AFP

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