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Ilhas Canárias têm novo fluxo recorde de imigrantes ilegais

Neste ano já foram interceptados na região mais de 20 mil ilegais, quatro vezes mais que em 2005

Por Agencia Estado
Atualização:

Quase mil ilegais chegaram às Ilhas Canárias em pouco mais de 24 horas. Segundo o serviço de emergências local, entre terça-feira e quarta chegaram da costa da África 991 pessoas. O fluxo médio foi um recorde de 35 ilegais chegando às Canárias por hora. O chefe de governo das Canárias, Adán Martín, afirmou que a atual onda imigratória é a "pior crise humanitária vivida pela Espanha desde a Guerra Civil" (1936-39). Neste ano já foram interceptados na região mais de 20 mil ilegais. Em 2005, o número não chegou a 5 mil. O primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero, criticou nesta quarta-feira a situação. "A Espanha não aceita, nem aceitará, clandestinos ou a imigração ilegal", garantiu. O governo socialista é criticado por ter, no ano passado, anistiado 700 mil ilegais. A justificativa é que esses trabalhadores eram necessários para setores da economia como construção e serviços. Para a oposição, porém, a medida incentivou a imigração. Os ilegais se arriscam em embarcações precárias e condições subumanas para alcançar a costa européia, saídos principalmente de Cabo Verde, Mauritânia e Senegal. Estimativas apontam que entre 590 e 3 mil deles morreram neste ano tentando realizar a travessia. A dimensão inédita do problema levou o governo espanhol a anunciar, com França e Itália, uma proposta conjunta para lidar com a questão, que será apresentada em uma reunião da União Européia (UE), dia 20 de outubro. A vice-primeira-ministra espanhola, María Teresa Fernández De la Vega, criticou no dia 30 a pouca ajuda da UE. Para ela, há uma demora para aplicar as medidas comunitárias para conter os ilegais. Pesquisa da rede Cadena Ser divulgada hoje mostrou que, para 89% dos espanhóis, há muitos imigrantes chegando ao país. Para 64% dos entrevistados, o governo espanhol não responde de forma adequada ao problema.

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