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Ilhas Cook confirmam primeiro caso de coronavírus dois anos após início da pandemia

Viajante testou positivo ao retornar da Nova Zelândia; governo rastreia possíveis contatos

Por Paulina Firozi e Jennifer Hassan
Atualização:

AVARUA, Ilhas Cook - As Ilhas Cook, um dos poucos lugares do mundo que ainda não haviam registrado infecções por coronavírus, detectou seu primeiro caso neste domingo, 13.

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O primeiro-ministro do país, Mark Brown, disse em uma entrevista coletiva que o infectado chegou a Rarotonga, a maior cidade das Ilhas Cook, na quinta-feira. A pessoa foi testada no domingo depois de saber que um membro da sua família havia testado positivo na Nova Zelândia no dia anterior. O infectado estava assintomático e foi colocado em isolamento sob observação no domingo, disse Brown.

A remota nação do Pacífico Sul estava se preparando para uma potencial onda de infecções nos últimos dias. Autoridades anunciaram no sábado que um viajante que passou oito dias nas ilhas testou positivo para a variante Ômicron ao retornar para a Nova Zelândia – embora Brown tenha dito que o caso confirmado no domingo “não estava conectado” a esse visitante.

A pessoa que testou positivo no domingo estava “viajando com outras duas pessoas, e todos permanecerão em isolamento até não testarem mais positivo para covid-19”, disse Brown. As autoridades não disseram explicitamente se as outras duas pessoas foram testadas.

A pessoa que testou positivo está vacinada, disse o primeiro-ministro, e teve resultado negativo antes de embarcar em um voo da Nova Zelândia. As autoridades iniciaram esforços de rastreamento para determinar possíveis contatos próximos.

Aeroporto de Nelson, na Nova Zelândia; primeiro caso de coronavírus nas Ilhas Cook foi identificado em viajante Foto: Tatsiana Chypsanava/REUTERS

As ilhas normalizaram as viagens aéreas no mês passado, depois de manter limites rígidos desde o início da pandemia. O governo declarou em 13 de janeiro que a “reabertura das fronteiras permite viagens bidirecionais sem quarentena da Nova Zelândia”.

As ilhas são uma democracia parlamentar autônoma, mas coordenam-se com a Nova Zelândia em assuntos internacionais.

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“Cada passo que demos nos levou ao ponto hoje em que permanecemos livres da covid-19”, disse Brown em comunicado de novembro. Ele disse que o fechamento teve um custo mental e financeiro e que “manter nossas fronteiras fechadas indefinidamente não era mais uma opção viável”, segundo o comunicado.

É “fútil” acreditar que qualquer lugar pode evitar inteiramente o vírus, diz David Freedman, presidente eleito da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene.

Ele observou que os viajantes para as Ilhas Cook ainda devem passar pela Nova Zelândia – que teve alguns dos limites e medidas de pandemia mais rigorosos do mundo. “E ainda assim o vírus entrou”, disse. “Você pode usar medidas, pode atrasar (a entrada) e, se houver uma nova variante potencialmente perigosa, você pode se preparar para ela...mas você nunca a deixará de fora”.

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Em vez de restrições de viagem, Lin Chen, diretor do Travel Medicine Center no Mount Auburn Hospital em Cambridge, Massachusetts, sublinhou que nesta fase da pandemia a estratégia deve ser focada em uso de máscaras, testes rigorosos e aplicação de vacinas e reforços. Ela acrescentou que o caso confirmado nas Ilhas Cook mostra “que a pandemia não acabou e que precisamos continuar tomando precauções ao viajar”.

Até agora, a nação de cerca de 17 mil pessoas fazia parte de uma lista restrita com menos de uma dúzia de regiões, países, territórios e áreas com zero casos de coronavírus relatados, de acordo com um rastreador da Organização Mundial da Saúde. 

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