Imagem dos EUA no mundo árabe tem queda recorde

Popularidade de Obama na Jordânia é de apenas 3%; em alguns países, índice é menor do que o de George W. Bush

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Por Gustavo Chacra
Atualização:

CORRESPONDENTE / NOVA YORK - A aprovação do presidente americano, Barack Obama, caiu no mundo árabe nos últimos dois anos e a popularidade dos Estados Unidos chegou a atingir, em algumas nações de maioria muçulmana, patamares inferiores aos de quando George W. Bush ocupava a Casa Branca. Segundo pesquisa realizada em seis países árabes pelo Instituto Zogby, em parceira com o Instituto Árabe-Americano, a principal causa da queda ao apoio a Obama é a "ocupação das terras palestinas", seguida pela interferência dos americanos no mundo árabe.Para 95% dos entrevistados no Egito - onde Obama fez, há dois anos, seu discurso para os muçulmanos -, a imagem dos EUA é desfavorável. Na Jordânia e na Arábia Saudita, dois aliados de Washington no Oriente Médio, os números de desaprovação são 88% e 68%, respectivamente. Nos Emirados Árabes Unidos, a impopularidade americana atinge 77%, mesmo porcentual do Líbano. No Marrocos, 88% desaprovam os EUA. Irã, China, França e ONU possuem números melhores do que os EUA, mas o país mais popular entre os apresentados aos entrevistados é a Turquia. Os números são ainda mais desfavoráveis para Obama. No Líbano, um país conhecido por suas divisões religiosas, 99% disseram que o presidente americano não correspondeu às expectativas. A maior parte dos marroquinos (88%), dos egípcios (90%), dos jordanianos (94%) e dos sauditas (77%) concorda com os libaneses.Em uma lista que incluiu o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o rei Abdullah, da Arábia Saudita, e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, Obama foi o líder que apareceu com menos popularidade em cinco dos países onde foi realizada a pesquisa. Na Jordânia, o americano teve apenas 3% de avaliação positiva. Apenas na Arábia Saudita o apoio a Obama (de 10%) superou a aprovação a Ahmadinejad (4%). Entre os sauditas, o americano, porém, perdeu quando a pergunta foi invertida: 73% o consideraram ruim, enquanto 69% desaprovaram o iraniano.

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