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Imigração deixa imagens de impacto e preocupação social

Estudo mostra que países cresceram graças à contribuição dos imigrantes

Por Agencia Estado
Atualização:

A imigração deixou na Europa em 2006 imagens estarrecedoras, com a chegada de milhares de subsaarianos às ilhas Canárias, uma crescente preocupação na sociedade e a consciência de que países como a Espanha ficam mais ricos graças ao fenômeno. Os imigrantes já são 8,8% da população da Espanha, segundo os dados do governo. A tendência indica que a percentagem aumentará devido à condição de fronteira sul da União Européia (UE) e ao bom desempenho da economia. As costas do sul da Espanha são separadas do norte da África pelos 14 quilômetros do estreito de Gibraltar. Durante anos a passagem foi a principal porta de entrada para milhares de africanos, que abandonavam a pobreza em seus países em busca do sonho europeu. Mas o aumento da vigilância na região desviou a atividade das prósperas máfias da imigração ilegal para a costa africana mais próxima ao arquipélago espanhol das Canárias, o território mais meridional da União Européia. Os mais de mil quilômetros de distância ao continente têm sido enfrentados por centenas de barcas com homens, mulheres e crianças da África Subsaariana a bordo. Eles pagam até US$ 900 por uma viagem na qual arriscam as suas vidas. Segundo os dados oficiais, em 2006 chegaram 30.259 imigrantes ilegais por esta via. O número se refere aos sobreviventes. Mas a conta aproximada é de que mais de 3 mil naufragaram no caminho, segundo o deputado Paulino Rivero, da Coalizão Canária. O impacto na mídia das imagens de embarcações chegando às praias canárias, em alguns casos na presença de turistas e banhistas, gerou um intenso debate sobre a imigração. As enquetes do Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS) refletiram a mudança numa sociedade que gerou milhares de emigrantes até os anos 70 e que se transformou agora em pólo de atração. Cerca de 3 milhões de estrangeiros, principalmente latino-americanos, têm visto de residência na Espanha, segundo o último relatório do Observatório Permanente da Imigração. São 4,9% a mais que em 2005. Os estrangeiros em situação irregular são estimados pelo conservador Partido Popular (PP) em torno de 1,6 milhão. O Governo espanhol, chefiado pelo socialista José Luis Rodríguez Zapatero, regularizou em 2005 cerca de 800 mil "imigrantes ilegais". A medida foi aplaudida pelas associações de imigrantes e criticada pelo PP. Os conservadores, apoiados por líderes europeus como o ministro do Interior e candidato à Presidência da França, Nicolas Sarkozy, criticaram Zapatero por abrir a porta da Europa. O Governo argumentou que integrar os trabalhadores em situação irregular cria uma fonte adicional de renda para o Estado e combate a informalidade. Um recente estudo revelou que a Espanha cresceu em média 2,6% ao ano nos últimos dez anos, graças à contribuição dos imigrantes. Sem eles, o Produto Interno Bruto (PIB) espanhol teria caído 0,6% e o a população envelheceria de forma potencialmente perigosa. Com menos de 10% da população da UE em 1995, a Espanha foi responsável por cerca do 30% do crescimento total de população do bloco. De cada 100 novos moradores da Europa,

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