Imigrantes impedidos de permanecer na Itália serão recebidos por 6 países europeus

Grupo de 150 pessoas foi resgatado por ONG no início do mês e desde então navio aguardava autorização para entrar na Itália, negada por ministro Matteo Salvini

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Por Redação
Atualização:

ROMA - O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse nesta quinta-feira, 15, que seis países da União Europeia concordaram em receber cerca de 150 imigrantes de um navio de resgate que foi impedido de atracar na Itália, solucionando a mais recente crise sobre imigração do Mar Mediterrâneo para a Europa.

Imigrantes são resgatados pela Guarda Costeira italiana do navio Open Arms, na ilha de Lampedusa; eles serão distribuídos em seis países europeus Foto: Francisco Gentico/AP Photo

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Os imigrantes estavam em um limbo desde que a embarcação os recolheu no Mar Mediterrâneo no início do mês, e o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, rejeitou o desembarque. Salvini, de extrema-direita, adotou uma posição rígida com relação ao recebimento de refugiados desde que entrou no governo, em junho de 2018.

O navio, que se chama Open Arms e é operado por uma entidade humanitária espanhola homônima, estava em águas territoriais italianas nesta quinta, um dia após um tribunal administrativo de Roma autorizá-lo a atracar, suplantando a proibição imposta pelo premiê.

Salvini, líder do partido Liga, que forma parte da coalizão de governo, emitiu uma ordem de emergência para impedir o Open Arms de aportar na Ilha de Lampedusa, mas a ministra da Defesa, que é do Movimento 5 Estrelas (esquerda), parceiro da Liga, rejeitou chancelá-la.

Confrontando abertamente o líder da Liga, que vem ditando a política imigratória da Itália até agora, Elisabetta Trenta disse que desafiar o tribunal é ilegal e “a política não pode perder sua humanidade”.

A Liga e o 5 Estrelas já estavam em conflito aberto desde a semana passada, quando Salvini disse que a aliança se tornou inviável e pediu eleições antecipadas. Em uma carta aberta a Salvini, Conte disse que os imigrantes serão recebidos por Portugal, França, Alemanha, Romênia, Espanha e Luxemburgo. / REUTERS