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Imolação de monge tibetano provoca protestos na China

Pequim critica práticas e responsabiliza o dalai-lama por motivar esse tipo de manifestação

Atualização:

PEQUIM - Centenas de tibetanos participaram de um protesto contra o governo central da China nesta quarta-feira, 14, depois que um monge ateou fogo ao próprio corpo em um ato contra a repressão de Pequim a sua cultura e sua religião, disse a organização ativista Free Tibet, de Londres.

 

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De acordo com o órgão, Jamyang Palden, um monge de aproximadamente 30 anos, ateou fogo ao corpo em Tongren, cidade da província de Qinghai, no oeste chinês. Palden aparentemente sobreviveu a autoimolação e foi levado a um hospital, mas posteriormente transportado de volta ao mosteiro onde vivia por outros monges que temiam sua prisão por parte das autoridades do governo.

 

A Free Tibet afirmou que aproximadamente 500 monges e outros tibetanos se reuniram na cidade para protestar. Alguns deles levavam cartazes do dalai-lama, líder espiritual exilado dos tibetanos. Religiosos de outros locais estavam viajando até Tongren para expressar solidariedade, mas pessoas que tentavam entrar na cidade eram paradas e questionadas por policiais à paisana.

 

Mais de 20 tibetanos atearam fogo aos próprios corpos na China nos últimos 12 meses para protestar contra as políticas repressivas de Pequim e em favor do retorno do dalai-lama. A China geralmente minimiza as ações de autoimolação, dizendo que alguns deles têm doenças mentais ou histórico de crimes. Há tibetanos, porém, que pedem o fim dessas práticas, dizendo que elas não ajudam a causa.

 

Nesta quarta, durante sua entrevista anual, o primeiro-ministro Wen Jiabao criticou as imolações e disse lamentar tal comportamento vindo de tibetanos inocentes. "Nos opomos a tais atos, que perturbam e prejudicam a harmonia social", disse. Wen também reiterou que o Tibete e outras áreas seguem como parte "do território indivisível da China".

 

O governo de Pequim culpa os apoiadores do dalai-lama por estimular as imolações. O líder espiritual diz que não encoraja tais protestos, mas elogia a coragem daqueles que se submetem às práticas e atribui as atribui ao que ele chama de "genocídio cultural" da China no Tibete. 

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