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Impeachment de Donald Trump representa dilema para democratas

Para os parlamentares democratas mais aguerridos, o impeachment está na mesa e as investigações sobre a intervenção russa na campanha eleitoral ou os negócios suspeitos trarão elementos suficientes para enquadrá-lo

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Por Helio Gurovitz
Atualização:

A democrata Nancy Pelosi, recém-empossada como presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, gostaria de evitar debates prematuros sobre o impeachment do presidente Donald Trump. Difícil que consiga. Teve de enfrentar o tema logo na primeira entrevista depois de assumir. Levantou até a possibilidade de Trump ser indiciado criminalmente.

Donald Trump, presidente dos EUA Foto: Evan Vucci/ AP

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Para os parlamentares democratas mais aguerridos, o impeachment está na mesa desde já. A ala novata do partido acredita que as investigações sobre a intervenção russa na campanha eleitoral ou os negócios suspeitos de Trump trarão elementos suficientes para enquadrá-lo na regra constitucional que prevê impeachment para casos de “altos crimes e contravenções”. Sobre o indiciamento criminal, a Constituição é ambígua. A decisão caberia à Suprema Corte, de maioria alinhada com os republicanos.

Transformar o impeachment no eixo do debate político em 2019 seria um erro para os democratas. Mesmo que aprovado na Câmara (onde eles têm maioria), a condenação de Trump exigiria dois terços dos senadores: todos os 47 democratas, mais pelo menos 20 dos 53 republicanos. É um cenário hoje virtualmente impossível.

Num período de articulação das candidaturas para as próximas eleições, o mais provável é Trump aproveitar qualquer ameaça para exigir lealdade em seu partido, isolar adversários como o senador Mitt Romney, acusar os democratas de oportunismo, fazer-se de vítima perante sua base eleitoral – e emergir vitorioso em 2020.

Jihadismo migra para ex-URSS  Países da ex-União Soviética, não mais do Oriente Médio, serão a principal origem do terrorismo em 2019, afirma a acadêmica Vera Mironova, da Universidade Harvard. Pelo menos 8,5 mil jihadistas de países como Usbequistão, Tajiquistão e Casaquistão estavam no território do Estado Islâmico (EI). “Com a queda do EI, terroristas que falam russo fugiram do Iraque e da Síria. Hoje, se escondem na antiga esfera soviética ou na Europa”, diz ela. Ataques em Estocolmo, Nova York e Istambul já foram cometidos ou tramados por jihadistas russos e usbeques.

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Crime é ligado à repetição no ensino fundamental Repetir o oitavo ano do ensino fundamental aumenta a probabilidade de ser condenado por crimes aos 25 anos, afirma um estudo dos economistas Ozkan Eren, Michael Lovenheim e Naci Mocan. Eles analisaram uma política de promoção ao nono ano nos Estado de Louisiana e constataram que, entre alunos retidos, a chance de condenação por crimes violentos quando adultos é 58% maior.

Pobres criados em bairros ricos têm mais sucesso O pesquisador brasileiro Rodrigo Pinto, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, foi escolhido como autor do melhor estudo do ano passado pelo Nobel de Economia James Heckman. Pinto analisou o “Moving to Opportunity”, programa social que permite a famílias de baixa renda mudar para regiões mais abastadas. Constatou que, quando criadas em bairros ricos, crianças pobres têm maior chance de obter sucesso financeiro na vida adulta.

Louvre quebra recorde de visitas em 2018 O Museu do Louvre, em Paris, quebrou em 2018 um recorde que perdurava desde 2012: recebeu 10,2 milhões de visitantes, 500 mil a mais que seis anos antes. Três quartos vieram do exterior, sobretudo de Estados Unidos, China, União Europeia e Brasil. O Louvre espera repetir o feito em 2019, com exposições dedicadas aos 30 anos de sua pirâmide (março) e aos 500 anos da morte de Leonardo da Vinci (outubro). Das duas dezenas de pinturas atribuídas a Leonardo, cinco pertencem ao acervo do Louvre.

Filha de israelense e palestino é revelação  Filha de mãe israelense e pai palestino, nascida em Nova York e criada no Arizona, Hannah Lilith Assadi venceu o prêmio da Academia de Artes e Letras Americanas com seu romance de estreia, Sonora. O livro narra a história de duas melhores amigas que saem do deserto do Arizona para tentar a vida em Manhattan. A protagonista compartilha a dupla origem da autora. Sua mentalidade traduz mais conflitos americanos que do Oriente Médio.

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