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Impeachment: o que dizem os depoimentos que podem prejudicar Trump

Apesar das ordens da administração, alguns integrantes da administração Trump decidiram atender aos pedidos da Câmara para testemunhar

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Por Redação
Atualização:

A Câmara dos Deputados tem emitido quase que diariamente pedidos ou intimações por documentos e depoimento de testemunhas dentro do inquérito aberto sobre um possível julgamento político do presidenteDonald Trump.

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A investigação sobre um impeachment foi lançada após um denunciante de dentro do governo reclamar que o presidente abusou de seu poder para obter ganho político pressionando o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenskipara investigar seu adversário democrataJoe Biden, um ex-vice-presidente dos EUA.

A Casa Branca já anunciou que não vai cooperar com o inquérito ou permitir que seus funcionários colaborem. Mas apesar das ordens da administração, alguns integrantes da administração Trump decidiram atender aos pedidos da Câmara, onde a oposição democrata tem maioria. Veja quem já testemunhou e como cada depoimento pode prejudicar o presidente: 

17/10 - Gordon Sondland

O embaixador americano na União Europeia, Gordon Sondland, contou aos deputados que Trump ordenou que seu advogado pessoal Rudy Giuliani participasse de conversas de diplomatas dos EUA com a Ucrânia e pressionou para que fosse investigada uma empresa ligada ao filho de Biden, Hunter Biden. 

Trump e Giuliani são acusados de condicionarem a ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia ao compromisso de Zelenski de abrir uma investigação sobre os Biden e sobre se Kiev interferiu em favor dos democratas na eleição americana de 2016.

"Não entendi, até muito depois, que a agenda do senhor Giuliani também poderia ter incluído um esforço para estimular os ucranianos a investigar o vice-presidente Biden ou seu filho, ou para envolver os ucranianos, direta ou indiretamente, na campanha de reeleição do presidente em 2020", afirmou Sondland. 

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O embaixador americano para a União Europeia, Gordon Sondland, chega ao Capitólio Foto: Erin Schaff/The New York Times

16/10 - Michael McKinley 

Michael McKinley, um ex-conselheiro sênior do secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou aos investigadores que ele renunciou por ter ficado irritado com o fato de a administração Trump ter retirado a política relacionada à Ucrânia das mãos dos diplomatas de carreira. 

Na sua avaliação, os esforços para pressionar a Ucrânia para obter informações negativas sobre oponentes políticos poderia ter um sério impacto para a moral a política externa americana e para o trabalho dos diplomatas americanas no estrangeiro. 

15/10 - George Kent 

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O subsecretário assistente de Estado para Assuntos de Europa e Ásia George Kent compareceu ao Capitólio desafiando o desejo da Casa Branca para que não fosse. Ele disse ter alertado a seus colegas no Departamento de Estado sobre sobre as atividades de Giuliani na Ucrânia em benefício de Trump em março, antes do telefonema do presidente americano ao ucraniano que foi denunciado. 

Kent contou que ele foi cortado das decisões relacionadas à Ucrânia após uma reunião em maio organizada pelo chefe de gabinete Mick Mulvaney. Na reunião, segundo Kent, ele e outros responsáveis por países na Europa, incluindo Ucrânia, foram deixados de lado. O embaixador americano em Bruxelas, Gordon Sondland, o enviado especial para Ucrânia, Kurt Volker, e o secretário de Energia, Rick Perry, se declararam os três responsáveis pelos assuntos de Ucrânia. 

14/10 -Fiona Hill 

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A ex-conselheira sobre Rússia e Europa do Conselho de Segurança Nacional Fiona Hill afirmou aos investigadores da Câmara que o ex-Conselheiro de Segurança Nacional John Bolton considerava Giuliani uma força motriz por trás dos esforços para se obter as informações na Ucrânia e o comparou a uma “granada de mão” pronta para explodir

Segundo ela, Bolton fazia questão de deixar claro que não estava envolvido e se opunha fortemente ao que ele descrevia como um “tráfico de drogas” entre o chefe de gabinete interino, Mick Mulvaney, e o embaixador americano para a União Europeia, Gordon Sondland, envolvidos na trama de Giuliani ligada à Ucrânia. Hill afirmou que Bolton estava tão preocupado com a estratégia dos três que a enviou para relatar suas impressões aos advogados da Casa Branca. 

A ex-conselheira da Casa Branca Fiona Hill deixa o Capitólio Foto: Alex Wroblewski/Getty Images/AFP

11/10 - Marie L.Yovanovitch

A ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia Marie Yovanovitch afirmou aos deputados que sua saída abrupta do cargo em maio foi resultado direto da pressão que o presidente Trump fez sobre o Departamento de Estado. Ela contou aos legisladores que foi forçada a deixar Kiev no "primeiro avião disponível" e, logo depois, foi retirada do cargo. 

Segundo Yovanovitch, o vice-chefe do Departamento de Estado disse que ela não havia feito nada de errado, mas que Trump havia perdido a confiança em seu trabalho e o Departamento de Estado estava sob pressão para substituí-la desde o meio de 2018.

4/10 - Michael Atkinson 

O inspetor-geral da comunidade de inteligência Michael Atkinson que primeiro notificou o Congresso sobre a reclamação do denunciante, encontrou-se a portas fechadas com a Comissão de Inteligência da Câmara para discutir como ele havia determinado que as alegações apresentadas eram críveis. 

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3/10 - Kurt Volker 

O ex-enviado especial dos EUA para a Ucrânia Kurt Volker testemunhou no Congresso e forneceu mensagens de texto revelando que enviados do presidente deixaram claro para o presidente da Ucrânia de que ele deveria concordar com o pedido de investigação antes de um encontro entre os dois na Casa Branca.  Kurt renunciou ao cargo de enviado especial em meio ao inquérito. 

26/9 - Joseph Maguire

O diretor interino de inteligência nacional Joseph Maguire compartilhou a versão não confidencial da denúncia sobre o telefonema semanas após o pedido dos deputados. Em um testemunho ao Congresso, ele defendeu a atitude do denunciante assim como ele conduziu o caso. 

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