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Imprensa australiana não publicará charges

Os editores decidiram não seguir o exemplo do jornal The Courier Mail

Por Agencia Estado
Atualização:

Os editores de vários jornais australianos manifestaram hoje que não publicarão as controversas charges de Maomé para não gerar violência, depois que no sábado o fez o jornal The Courier Mail. O editor do Herald Sun, Peter Blunden, disse que esse diário de Melbourne não necessita publicar as imagens para demonstrar seu compromisso com a liberdade de expressão, e que o fato de fazê-lo acarretaria mais problemas do que o necessário. Em Sydney, Alan Oakley, editor do jornal Sydney Morning Herald, disse que seu periódico não está interessado em publicar as caricaturas dado que estas já foram divulgadas o suficiente, para acrescentar que os meios se autocensuram muito freqüentemente. Também em Sydney, David Penberthy, editor do Daily Telegraph, afirmou que a publicação das charges pode ter conseqüências graves, especialmente depois das manifestações racistas violentas registradas nesta cidade no final do ano passado. "Houve muitas tensões em Sydney entre anglo-australianos e, particularmente, libaneses muçulmanos nos últimos meses", afirmou Penberthy, agregando que existem normas de respeito para todas as religiões que devem ser mantidas. A publicação das charges na Austrália pelo The Courier Mail foi criticada hoje pelo diretor do Fórum para as Relações Islâmicas nesse país, Kuranda Seyit, que se referiu a elas como uma "blasfêmia". Seyit afirmou que os líderes muçulmanos australianos se reunirão hoje para decidir uma resposta aos atos e anunciou que apresentará uma queixa formal perante o Conselho de Imprensa Australiano, sem descartar, que aconteçam manifestações públicas de protesto.

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