Imprensa paquistanesa envolve Mossad em atentado

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Por Agencia Estado
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Os aviões ainda não começaram a despejar bombas, mas a guerra da informação já começou. A imprensa paquistanesa noticiou que 4 mil judeus que trabalhavam no World Trade Center de Nova York não compareceram aos escritórios do dia 11, quando as duas torres foram destruídas pelo ataque. A notícia, supostamente, seria uma prova do envolvimento do Mossad, o serviço secreto israelense, no ataque, para jogar a culpa nos muçulmanos. A notícia foi passada aos jornais pelas agências de notícias paquistanesas NNI e Kashmir Press International, ambas ligadas a setores religiosos. As agências, por sua vez, informaram que a fonte era a "imprensa canadense". O Alto Comissariado do Canadá no Paquistão tentou rastrear a informação, mas ela não foi encontrada, disse à Agência Estado o paquistanês Assim Awan, assessor político da entidade. Na imprensa dos países muçulmanos, a cobertura das investigações e repercussões do ataque aos Estados Unidos segue uma abordagem inteiramente diferente da dos países ocidentais. Em conversas com árabes, paquistaneses e outros muçulmanos, tem-se a impressão, às vezes, de se estar falando de assuntos diferentes. O noticiário nesses países está impregnado de dúvidas sobre as supostas evidências de que o ataque tenha sido perpetrado por militantes islâmicos e de suspeitas de uma conspiração para incriminar árabes e muçulmanos. Todos os detalhes da trama são objeto de dúvidas: como sabem que os passageiros árabes eram os seqüestradores? Como alguém com um simples curso de piloto via CD-ROM e simulador, sem experiência de vôo, pode manobrar aviões tão grandes e com tanta precisão? O brigadeiro da reserva Sajjad Haider dizia ontem na televisão paquistanesa que não conseguia entender como um sujeito sentado numa caverna nas montanhas do Afeganistão pode driblar todo o sistema de defesa americano. São dúvidas que continuarão pairando por muito tempo no mundo árabe e muçulmano.

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