PUBLICIDADE

Incidente põe em cheque segurança na cúpula da Otan

Por Agencia Estado
Atualização:

Um incidente pôs em xeque ontem o excepcional esquema de segurança adotado pelo governo checo para proteger os líderes que participaram da histórica reunião de cúpula de dois dias da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que culminou com sua expansão para o Leste Europeu e a criação de uma força de resposta rápida para agir em crises ou ameaças terroristas em qualquer parte do planeta. Disfarçados de jornalistas, dois jovens extremistas, um russo e um ucraniano, conseguiram burlar a vigilância e atirar tomates no secretário-geral da Otan, George Robertson, que encerrava a cúpula com uma entrevista coletiva. Sem esconder sua grande frustração, o presidente Vaclav Havel ordenou uma investigação para apurar o incidente. O esquema de segurança havia sido classificado de "perfeito" no início da semana por altos funcionários do Ministério do Interior checo. Robertson acabara de responder à última pergunta dos repórteres e se preparava para posar para os fotógrafos, quando os tomates começaram a ser lançados em sua direção. Imediatamente, agentes de segurança formaram um escudo em torno dele, enquanto policiais agarravam os jovens. "A Otan é pior que a Gestapo", gritaram eles três vezes, em russo. A polícia apurou que ambos integram o Partido Nacional Bolchevique e o Partido da Unidade Nacional - apontados como radicais pelas forças de segurança russas. Eles foram levados a um QG da polícia checa, onde são submetidos a interrogatório. "Não sabemos como conseguiram furar o bloqueio", comentou um agente checo. "Todas as pessoas admitidas no edifício passaram por minuciosa vistoria, que incluiu até equipamentos de raio X." Pouco depois do término oficial da reunião, o presidente americano, George W. Bush, partiu para a Rússia. Os líderes que permaneceram participaram de um encontro do Conselho de Cooperação Euroatlântico, que reúne 27 nações do Leste da Europa e da Ásia e os 19 países da Otan. Os debates giraram em torno de providências comuns para combater "dois males do século 21": o terrorismos e as armas de destruição em massa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.