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Independência dos EUA: entenda o que é o 4 de julho para os americanos

Dos primeiros conflitos pela separação da Coroa Britânica, em 1775, até a assinatura do Tratado de Paris, em 1783, conheça os momentos-chave da independência americana

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Por Redação
Atualização:

Os Estados Unidos comemoram neste sábado, 4, o Dia da Independência. Conheça algumas curiosidades e os principais momentos que levaram à separação das colônias americanas da Coroa Britânica.

- O que significa o 4 de julho para os americanos?

O Dia da Independência americana, comemorado anualmente em 4 de julho, marca a data em que as colônias americanas cortaram oficialmente laços com a Coroa Britânica e instituíram os Estados Unidos da América como Estado independente.

Colônias americanas declararam independência da Coroa Britânica em 1776, mas só tiveram a soberania reconhecida 7 anos depois Foto: Armend NImani / AFP

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A data coincide com a publicação da Declaração de Independência (leia mais sobre o conteúdo da declaração abaixo), em 1776. O texto, no entanto, começou a ser preparado dias antes por Thomas Jefferson em meio à discussões sobre a possibilidade de separar-se dos britânicos.

Desde 1870 a data é um feriado nacional no país (apesar de apenas em 1941 o Congresso dos EUA ter tornado o dia uma parada remunerada para todos os servidores federais).

- Como é comemorada a independência dos EUA?

A festividade do 4 de julho é um momento único. Embora seja muito patriótica e simbólica, costuma estar livre da usual disputa entre democratas e republicanos e é, por natureza, mais cívica do que militar.

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Desfiles patrióticos, fanfarras e eventos familiares costumam ser organizados em todo o país para comemorar a ocasião. Também é comum a realização de churrascos e de shows de fogos de artifício.

Menino americano assiste show de fogos de artifício na celebração da independência dos EUA na madrugada de 3 para 4 de julho em Maryland Foto: AP Photo/Julio Cortez

Neste ano, Donald Trump iniciou as celebrações na sexta-feira, 3, com um foguetório em Monte Rushmore, diante das efígies de ex-presidentes esculpidas na rocha, e promoverá no sábado uma festa para milhares de pessoas em Washington. A celebração ocorre no momento em que os EUA registram recorde de novos casos de covid-19 e governadores e prefeitos impõem restrições de movimento.

- Quando aconteceu a independência dos EUA?

Em abril de 1775, durante as primeiras batalhas da Guerra de Independência dos EUA, poucas colônias desejavam a independência total da Grã-Bretanha - a maioria só queria que o governo britânico desse atenção a suas queixas. No ano seguinte esse número cresceu, em parte, graças às hostilidades britânicas.

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Em 7 de junho de 1776, o Congresso Continental se reuniu na Pensilvânia e o delegado da Virgínia, Richard Henry Lee, apresentou uma moção para as 13 colônias declararem independência. Em meio a debates ferrenhos, no entanto, a votação do texto foi adiada, mas o Congresso criou uma comissão de 5 delegados para escrever um rascunho formal que justificasse a separação em relação à Grã-Bretanha. 

Faziam parte desse grupo John Adams e Thomas Jefferson (que se tornariam o 2º e 3º presidente dos EUA, respectivamente), além de Benjamin Franklin, Roger Sherman e Robert Livingston.

- Quem declarou a independência dos EUA?

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No dia 2 de julho daquele ano o Congresso finalmente votou a proposta de Lee, que foi aprovada praticamente de forma unânime - Nova York se absteve, mas 11 dias depois ratificou sua posição e apoiou a iniciativa.

O texto da Declaração de Independência, escrito inicialmente por Jefferson e modificado pelos outros membros da comissão, foi adotado formalmente pelo Congresso e publicado em 4 de julho, data que tornou-se sinônimo da independência americana.

- O que está escrito na Declaração de Independência dos EUA?

A transcrição oficial da declaração publicada pelos Arquivos Nacionais e Administração de Documentos dos EUA tem 8120 caracteres divididos em 32 parágrafos (leia a íntegra, em inglês).

"Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno para com as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação", diz a introdução do documento.

O texto apresenta na sequência uma lista de queixas formuladas contra o rei inglês George III, como a criação de grande quantidade de cargos públicos, a manutenção de Exército nas colônias sem o consentimento dos Legislativos locais, a proibição de comércio direto com outros países e a criação de novos impostos.

E então traz a declaração de independência propriamente dita: "Nós, por conseguinte, representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso Geral, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colônias, publicamos e declaramos solenemente: que estas colônias unidas são e de direito têm de ser Estados livres e independentes; que estão desobrigados de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como Estados livres e independentes, têm inteiro poder para declarar a Guerra, concluir a paz, contrair alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os Estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossos destinos e nossa sagrada honra."

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- O que aconteceu depois da independência dos EUA?

Pouco depois da publicação, oficiais britânicos na América do Norte enviaram cópias da Declaração de Independência para a Grã-Bretanha. O texto foi publicado nos jornais britânicos em agosto de 1776.

No front de batalha, americanos e britânicos continuaram se enfrentando e, em outubro de 1777, as colônias ganharam a decisiva Batalha de Saratoga. Foi esse episódio que convenceu a França (rival da Inglaterra) a juntar-se ao conflito ao lado dos americanos, em 1778. No ano seguinte, a Espanha também se aliou a franceses e a americanos.

Mas foi apenas em 1781, após a rendição de Charles Cornwallis na batalha de Yorktown - em que as forças rebeldes foram lideradas por George Washington (que se tornaria o 1º presidente dos EUA) e pelo francês Marquês de La Fayette - que o conflito no território americano foi encerrado.

No ano seguinte, os parlamentares britânicos votaram por encerrar todas as operações militares na América do Norte. Em 3 de setembro de 1783, os beligerantes assinaram o Tratado de Paris, encerrando formalmente a guerra após a Grã-Bretanha reconhecer a soberania dos Estados Unidos.

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