Índia deve culpar Paquistão por ataque a centro cultural

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Por Agencia Estado
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A Índia parecia estar disposta, nesta terça-feira, a responsabilizar seu inimigo, o Paquistão, por um ataque contra o centro cultural dos EUA em Calcutá (leste do país) que matou cinco policiais e deixou 20 pessoas feridas. Os atiradores, que estavam em motocicletas, dispararam contra os policiais por volta das 6h30 (hora local), fugindo em seguida, e funcionários indianos disseram que um grupo islâmico com sede no Paquistão havia assumido a responsabilidade pelo ataque. O ministro do Interior, Lal K. Advani, disse que o grupo tem vínculos com os Inter Serviços de Inteligência (ISI), a agência de espionagem paquistanesa. Mohammed Aziz Khan, porta-voz do ministério de Relações Exteriores do Paquistão, disse que o governo paquistanês havia condenado o ataque e que sua agência de inteligência não havia tido nenhuma participação no atentado. "São acusações sem fundamento", disse Khan. "É mentira que o ISI tenha participado do ataque contra o centro cultural dos EUA". Autoria - Em Nova Délhi, um funcionário do ministério do Interior disse a Assocaited Press que um homem telefonou para a polícia local e disse que o ataque havia sido perpetrado pelo grupo islâmico Harkat-ul Jihad-e-Islami. Já um porta-voz desse grupo negou qualquer responsabilidade pelo ataque, atribuindo-o à própria agência de inteligência do governo indiano. O vice-ministro do Interior da Índia, I.D. Swamy, disse por sua vez que os atacantes pareciam ser militantes islâmicos. "Tínhamos esperanças de que após as declarações do presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, haveria alguma mudança na situação, mas não é o que está ocorrendo", disse Swamy. Alerta - Musharraf anunciou em 12 de janeiro que não toleraria ações terroristas contra a Índia por parte de grupos com sede no Paquistão. O atentado de hoje contra o centro cultural dos EUA - em cujo interior não havia ninguém, no momento do atentado - ocorre menos de seis semanas depois que um ataque ao Parlamento indiano deixou 14 mortos em Nova Délhi. Este ataque, pelo qual a Índia culpou dois grupos de militantes islâmicos sediados no Paquistão e a agência de inteligência paquistanesa, levou os dois países à beira da guerra. Na capital indiana, Nova Délhi, um alerta máximo foi dado para a Embaixada dos Estados Unidos no país e para outras instituições americanas. "Nós estamos tratando este caso muito seriamente", disse o comissário adjunto da Polícia indiana, Suresh Roy, à Press Trust of India, uma agência de notícias independente.

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