Índia: fogo em laboratório de pesquisa nuclear mata 2

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Por AE-AP
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Um incêndio num laboratório químico da principal instalação de pesquisa nuclear da Índia matou pelo menos duas pessoas hoje. O fogo no Centro de Pesquisas Atômicas Bhabha, na periferia de Mumbai, foi apagado em 45 minutos, informou o porta-voz do centro, S.K. Malhotra, em comunicado. "É preciso lembrar que nenhum reator nuclear, radioatividade ou radiação estiveram envolvidos no acidente", afirmou Malhotra. A polícia investiga as causas do incêndio. Os bombeiros encontraram dois corpos carbonizados. O Centro Bhabha tem uma série de reatores nucleares e as pesquisas no local envolvem tanto armas como energia nuclear. Ele foi construído em 1954 e seu nome é uma homenagem ao grande cientista indiano Homi J. Bhabha.O incêndio aconteceu no dia em que o primeiro-ministro japonês se ofereceu para estudar a venda de tecnologia para a geração de energia nuclear para a Índia, apesar das diferenças entre os dois países sobre um tratado que proíbe testes nucleares. A Índia, que precisa de energia, está interessada na próspera indústria de geração de energia nuclear japonesa. Mas até agora, Tóquio não permitiu que empresas japonesas façam negócios até que Nova Délhi concorde em parar de fazer testes nucleares. Em Nova Délhi, o primeiro-ministro japonês Yukio Hatoyama disse aos repórteres que vai examinar a questão após afirmações do premiê indiano, Manmohan Singh, de que a Índia não vai desviar os produtos provenientes do Japão para fabricação de armamentos ou para terceiros países. Até agora, a Índia tem rejeitado os pedidos para que assine o Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares, mas um acordo nuclear norte-americano com a Índia reverteu mais de três décadas de políticas norte-americanas que impediam a venda de combustível nuclear e tecnologia para a Índia desde seu primeiro teste atômico em 1974.Singh disse que a Índia declarou, unilateralmente, uma moratória de seus testes nucleares. O último teste foi em 1998.Atualmente, a Índia possui 17 reatores nucleares civis. Apenas 3% da energia utilizada no país é proveniente de usinas nucleares, mas o projeto é expandir essa capacidade dos 4.120 megawatts atuais para 63 mil megawatts até 2030.

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