
03 de novembro de 2007 | 10h13
O governo indiano pediu a seus ministros que não participem de uma cerimônia organizada neste sábado, 3, em Nova Délhi para homenagear o líder espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, divulgou a agência indiana "PTI". A nota foi emitida pela Secretaria do gabinete, que não revelou os motivos do pedido, segundo a "PTI". Recentemente, o Dalai Lama recebeu uma medalha do Congresso dos Estados Unidos, provocando críticas da China. A Fundação Gandhi para a Paz e o Fórum Parlamentar da Índia para o Tibete convocaram uma cerimônia pública para este sábado. As duas organizações vão parabenizar o Dalai Lama pelo reconhecimento recebido nos Estados Unidos. O pedido do governo indiano a seus ministros aparentemente teria o objetivo de "não ofender os sentimentos do governo chinês", segundo a agência indiana. Além da ausência dos ministros, a chefe do governo regional de Délhi, Sheila Dikshit, que tinha confirmado a participação, cancelou de última hora alegando que tinha que ir a Mumbai para assistir a uma reunião, medida que foi criticada por alguns organizadores. O Dalai Lama preferiu minimizar a importância do assunto e, perguntado por jornalistas, disse que a presença de representantes oficiais na recepção não era necessária. "Esta é uma cerimônia particular", disse o líder dos tibetanos, antes de classificar suas relações com o governo indiano de "excelentes". Entre os que assistiram ao evento, estavam o ex-primeiro-ministro da Índia Inder Kumar Gujral e a prefeita de Nova Délhi, Arti Mehra. O Dalai Lama, de 71 anos e Prêmio Nobel da Paz em 1989, recebeu a medalha do Congresso americano em 17 de outubro. A homenagem irritou a China, que afirmou que o prêmio prejudicava "gravemente" suas relações com os EUA. Além de considerar a homenagem uma "intromissão nos assuntos internos da China", o governo de Pequim convocou o embaixador americano para enviar-lhe um "protesto formal". O Dalai Lama fugiu do Tibete em 1959, após o fracasso de uma rebelião contra a ocupação chinesa na qual 87 mil tibetanos morreram. Desde então vive em Dharamsala, no norte da Índia, onde lidera o Governo tibetano no exílio.
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