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Índia pode reduzir em 25% força militar na Caxemira

Região conflituosa é disputada por indianos e paquistaneses

Por AE
Atualização:

NOVA DÉLHI

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 - A Índia reduzirá em 25% sua enorme presença militar na conflituosa região da Caxemira se a violência anti indiana acabar, disse hoje disse o secretário de Segurança Interna do país, G.K. Pillai, de acordo com a agência de notícias Press Trust of India. A força estimada de 700 mil soldados indianos no Estado da Caxemira é uma grande fonte de tensão com a população local, cuja maioria é muçulmana e pede a independência ou a anexação ao Paquistão.

A Índia já reprimiu um levante mais sério que ocorreu no Estado em 1989. Nova Délhi também lutou duas guerras com o Paquistão pela posse da região, em 1965 e 1971. A Caxemira é dividida entre indianos e paquistaneses e reivindicada por ambos. "Como uma medida para construir a confiança, a força militar será reduzida em 25%. Nós gostaríamos de reduzir a força, o mais cedo possível, a depender da situação em campo", comentou Pillai.

"Se a paz chegar, se a violência tiver acabado, se as pessoas se sentirem tranquilas, nós podemos gradualmente reduzir as tropas e garantir que as existentes ficarão nas fronteiras, também para evitar a infiltração" de militantes do Paquistão, explicou o secretário em discurso feito em uma universidade de Nova Délhi. Ele não disse, contudo, quando começará a retirada.

Centenas de milhares de soldados indianos e paquistaneses estão em guarnições na fronteira da Caxemira, ao longo de uma linha de cessar-fogo. O Paquistão, grupos de defesa dos direitos humanos e líderes separatistas da Caxemira têm pedido uma redução no número de soldados indianos. Dezenas de milhares de habitantes da parte indiana têm feito manifestações de rua, muitas vezes reprimidas violentamente.A região "permanece muito militarizada, com leis draconianas que encorajam abusos e violações dos direitos humanos pelas forças de segurança, alimentando o ressentimento e o ódio públicos que os militantes podem explorar", disse um relatório de 2010 do Grupo de Crises Internacionais, uma organização com sede em Bruxelas, na Bélgica.O grupo sugere que o governo indiano deveria retirar militares que trabalham contra a insurgência e substituí-los por forças policiais especializadas, além de reavivar a economia da região, devastada pelo conflito. Essas medidas poderiam reduzir as tensões. Mais de 68 mil pessoas, a maioria civis, foram mortas desde a insurgência de 1989. A Índia acusa o Paquistão de armar e treinar grupos extremistas, mas o país nega essa participação. As informações são da Associated Press.

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