Indianos protestam na Caxemira por mortes atribuídas a exército

A manifestação foi contra o assassinato de um rapaz e de sua irmã num ataque atribuído às forças armadas do país

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Por Agencia Estado
Atualização:

Habitantes da porção indiana da Caxemira protestaram nesta quarta-feira contra o assassinato de um rapaz e de sua irmã num ataque atribuído ao Exército da Índia. A esposa e o cunhado do jovem ficaram feridos no episódio, ocorrido quando os quatro trabalhavam em um campo de milho na noite de terça-feira. Durante patrulha, soldados do Exército abriram fogo contra o quarteto na vila de Gadool, cerca de 90 quilômetros do sul de Srinagar, a capital de verão do Estado indiano de Jammu-Caxemira. A versão foi relatada a jornalistas por camponeses que pediram para não ser identificados por medo de represálias. A polícia confirmou as mortes e prometeu investigar o caso. O Exército afirmou que também procura pelos responsáveis. "Sim, dois civis foram mortos e dois outros feridos. Há alegações de que eles foram mortos com armas de fogo. Nós registramos o caso e estamos investigando", assegurou o inspetor geral da polícia Hemant Lohia. Ao mesmo tempo, um representante das forças armadas, Hemant Juneja, disse que o comandante do Exército da área tinha ido à vila verificar o caso. "O comandante da formação está verificando pessoalmente o ocorrido", afirmou. Centenas de habitantes protestaram nas ruas da aldeia gritando slogans contra a Índia e os militares. Região A Caxemira é o único Estado indiano com maioria muçulmana. A bucólica região é dividida entre a Índia e o Paquistão. Tanto Nova Délhi quanto Islamabad reivindicam o território himalaio em sua totalidade. Desde meados do século passado, quando tornaram-se independentes da Grã-Bretanha, Índia e Paquistão travaram três guerras, duas delas por causa da Caxemira. Mais de uma dúzia de grupos de rebeldes islâmicos têm lutado contra as forças da segurança na Caxemira indiana desde 1989. Mais de 68 mil pessoas, a maioria civis, morreram no conflito.

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