Indícios ligam Néstor Kirchner a escândalo

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Por ARIEL PALACIOS , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
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O empresário Lázaro Báez, envolvido em caso de lavagem de dinheiro de 55 milhões, foi sócio do ex-presidente Néstor Kirchner em empreendimentos de construção civil na cidade de Río Gallegos, capital da Província de Santa Cruz, governada pelo kirchnerismo desde 1991, segundo o jornalista Jorge Lanata em seu programa de TV Jornalismo Para Todos. Lanata exibiu documentos que provariam que Báez e Kirchner mantiveram sociedade em 2005.Lanata - uma das referências do jornalismo argentino, que nos anos 80 fundou o jornal Página 12 - também comprovou que a presidente Cristina Kirchner tinha um fundo fiduciário vinculado à Austral Construções, empresa de Báez, que é apontado como testa de ferro do ex-presidente morto em 2010. Báez é o dono da empresa Atlântico Sul, que tem um hangar onde atualmente está estacionado o avião presidencial Tango 01.Báez e seu filho Martín receberam tratamento preferencial em diversas obras públicas. Nos últimos anos, suas empreiteiras receberam do governo federal e da Província de Santa Cruz US$ 1 bilhão por obras na região. Segundo jornalistas argentinos, a relação de Báez com Kirchner era tão estreita que ele nunca precisou de intermediários para falar com o então presidente. Imagens de câmeras ocultas exibidas por Lanata mostram diversos financistas confessando que Kirchner sabia das "negociatas" do empresário, entre elas o envio de dinheiro para o exterior, especialmente a Panamá e Belize. Báez é um dos vários empresários amigos dos Kirchners cuja fortuna cresceu desde que o casal chegou ao poder, em 2003, ano em que Báez fundou sua empreiteira por sugestão de Kirchner. Em 1996, ele era um empregado sem destaque na área de contabilidade do Banco de Santa Cruz. Atualmente, é dono das maiores empresas de construção civil do país e detém 82% dos contratos de obras públicas em Santa Cruz.

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