Indonésia confirma ter matado último suspeito de atentados em Bali

Dulmatin era o único suspeito por ataque que matou 202 em 2002 que não tinha sido capturado.

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Por Marina Wentzel
Atualização:

O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, confirmou nesta quarta-feira que o último suspeito de ter organizado o atentado a bomba de Bali em 2002 foi morto pela polícia em Jacarta "Podemos confirmar que um dos suspeitos assassinados era Dulmatin, um dos terroristas mais procurados no sudoeste-asiático", disse Yudhoyono em Camberra, onde está sendo recebido pelo Primeiro Ministro australiano Kevin Rudd em uma visita de três dias. Dulmatin era tido como um dos mentores dos ataques que mataram 202 pessoas, boa parte delas turistas australianos, na ilha de Bali em outubro de 2002. Ele era o úinico que ainda não tinha sido capturado. A confirmação de sua morte foi feita durante uma entrevista coletiva na Austrália, onde o presidente indonésio está de visita. Kevin Rudd elogiou a ação. Dulmatin foi assassinado em uma perseguição policial em Jacarta na terça-feira, que resultou na morte de três suspeitos. A polícia analisou o DNA dos três mortos, e confirmou que um deles era Dulmatin. A identidade das outras duas vítimas ainda não foi confirmada pelo governo, mas fontes do jornal Jakarta Post disseram se tratar dos militantes islâmicos conhecidos como Rikwan e Hasan Nur. Último Dulmatin era especialista em eletrônicos e tido como o último suspeito envolvido no atentado de Bali, o único que nunca foi capturado, apesar de estar sendo procurado desde 2003. Ele supostamente teria ajudado a montar as bombas utilizadas no atentado, uma mochila com explosivos e um carro-bomba. Dulmatin era um dos homens mais procurados pela polícia da Indonésia e autoridades estrangeiras. Ele estava foragido desde o atentado e chegou a se esconder em outros países da região, como as Filipinas, onde recebeu proteção de milícias islâmicas rebeldes. Segundo o Departamento de Estado Norte-americano, Dulmatin pertencia ao grupo Jemaah Islamiyah, tinha conexões com a Al-Qaeda e passou por campos de treinamento no Afeganistão. No site rewardsforjustice.net, que está ligado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, uma recompensa de US$ 10 milhões estava sendo oferecida pela captura de Dulmatin. Acusados Ao todo, outros seis homens foram acusados de causar o atentado de Bali. Os irmãos Amrozi bin Nurhasyim e Ali Ghufron juntamente com Imam Samudra foram condenados à morte em 2003 e executados por fuzilamento em novembro de 2008. Jhoni Hendrawan foi acusado de envolvimento na ação em Bali, mas acabou condenado por um outro atentado em Jacarta, e está preso. Azahari Husin, da Malásia, era suspeito de ter montado as bombas utilizadas no atentado juntamente com Dulmatin. Ele foi assassinado em uma perseguição no leste da Indonésia em novembro de 2005. Ali Imron era irmão de Nurhasyim e Ghufro. Ele também foi julgado e condenado em 2003, porém recebeu a pena de prisão perpétua, pois confessou o crime e demonstrou arrependimento pelo atentado. Noordin Top, outro suspeito, morreu em uma perseguição policial em setembro do ano passado. A identidade dele foi confirmada após testes de DNA. Aceh A perseguição que resultou na morte de Dulmati ocorreu enquanto a polícia investigava uma célula terrorista associada a militantes oriundos da província de Aceh. Aceh, que foi atingida pelo Tsunami em 2004, é, assim como a maioria da Indonésia, predominantemente muçulmana. A ilha de Bali, no entanto, é de maioria hindu. A Indonésia é o país com a maior população muçulmana do mundo. Ao todo, 86% dos cerca de 240 milhões de habitantes do arquipélago são islâmicos. Há cerca de um mês, a polícia começou uma caçada por militantes extremistas oriundos de Aceh, depois de descobrir campos de treinamento de Jihad (guerra santa) na região. Até o momento, a investigação de militantes da região de Aceh resultou na acusação de 14 pessoas por envolvimento em conspiração para realizar ataques terroristas. Dentro de duas semanas, o presidente norte-americano Barack Obama virá à Indonésia e o combate ao terrorismo é uma das prioridades na agenda da visita. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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