Indonésia: esperança de encontrar sobreviventes diminui

Número de mortos já está em 5.698; desafio agora é ajudar os cerca de 200 mil desabrigados

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Por Agencia Estado
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As esperanças de encontrar mais sobreviventes após o devastador terremoto que abalou a Indonésia diminuíram nesta terça-feira, enquanto equipes de ajuda internacional de 22 países apressaram o passo para ajudar os 200 mil desabrigados. Equipes da Malásia, Cingapura e outras nações já estão trabalhando nos locais atingidos. Contudo, o líder da equipe da Malásia, Abdul Aziz Ahmad, disse que as esperanças de encontrar mais sobreviventes estão diminuindo. Sua equipe conduziu buscas em Bantul na segunda-feira e encontrou apenas um corpo. "As casas destruídas são todas tão pequenas que qualquer um preso já teria sido resgatado por seus familiares", afirmou. Mais de dois terços dos 5.625 cadáveres recuperados até o momento foram transferidos para Bantul, a cidade mais próxima ao epicentro do terremoto e a que registrou a maior destruição - quase 80% de toda sua infra-estrutura. A maioria dos sobrevivente do tremor de magnitude 6,3 estão vivendo em cabanas improvisadas próximas a suas casas destruídas ou em abrigos perto de campos de arroz. O Ministério de Assuntos Exteriores aumentou nesta terça-feira o número de mortos para 5.698. Funcionários do governo dizem que a contagem inclui corpos enterrados após desabamentos de terra. Ajuda internacional Enquanto isso, mais ajuda humanitária começa a chegar às regiões afetadas. O aeroporto da cidade histórica de Yogjakarta, o mais próximo à área atingida pelo tremor, reabriu depois que as rachaduras na pista foram reparadas. Cerca de 20 fuzileiros navais americanos chegaram em aviões militares em Yogyakarta trazendo máquinas de escavação e um hospital móvel. Uma equipe com 44 médicos, trabalhadores de resgate e sismólogos da China também chegaram a zona atingida com cinco toneladas de suprimentos, incluindo um hospital móvel. A Tailândia prometeu enviar 48 médicos do Exército juntamente com remédios e equipamentos. O Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) ofereceu nesta terça-feira à Indonésia uma ajuda de US$ 10 milhões e US$ 50 milhões em créditos com taxas e prazos favoráveis para a reabilitação das áreas danificadas. O subsecretário para Assuntos Humanitários da ONU, Jan Egeland, afirmou que os esforços de ajuda estão tendo "enormes progresso". "A necessidade mais crítica é de assistência médica e em seguida água e saneamento, seguida por abrigos de emergência". O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), que lidera a equipe de analistas enviada pela ONU para fazer uma avaliação urgente das primeiras necessidades dos sobreviventes, informou que, segundo seus cálculos, é necessário distribuir alimentos a cerca de 100 mil pessoas. A ONU se propôs a fornecer atendimento especial às crianças menores de cinco anos, às mulheres grávidas e às mães lactantes, que no total somam cerca de 40 mil pessoas. Monitoração Enquanto a ajuda internacional aumenta, o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, prometeu que o governo não irá tolerar o desvio do dinheiro enviado pela comunidade internacional. Os esforços de Yudhoyono serão submetidos a intensa monitoração, já que ao contrário de desastres anteriores, incluindo o tsunami em 2004, o tremor ocorreu na ilha de Java, onde vive mais da metade dos 220 milhões de moradores da Indonésia.

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