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Indonésia não quer exterminar aves infectadas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) insistiu hoje que a matança em massa de aves infectadas é a chave no controle da epidemia de influenza aviária, que já atinge 10 nações asiáticas. No entanto, a Indonésia disse que não pretende ordenar que seus avicultores exterminem suas aves. Ministros da Saúde de toda a Ásia realizaram uma reunião emergencial hoje, em Bangcoc, capital tailandesa, para discutir como pretendem barrar a disseminação da doença, mas não chegaram a um consenso sobre a destruição dos animais. Dezenas de milhões de frangos e patos morreram na região. Especialistas dizem que não há um consenso de que a vacinação é suficiente para controlar a epidemia, apesar de ter um resultado positivo se utilizada em conjunto com o abate em massa. Além da OMS, a Organização para Agricultura e Alimentos (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial para Saúde Animal também pediram que as nações asiáticas sacrifiquem as aves, já que esta é considera a medida mais eficaz de controle da doença. De acordo com a FAO, a concentração massiva de aves e suínos na China, na Tailândia e no Vietnã pode ter facilitado a disseminação da doença pela Ásia. De acordo com o representante do Ministério da Agricultura indonésio, Budi Tri Akoso, o governo só está sugerindo a matança no caso do avicultor possuir condições financeiras para realizar o abate. "Não é que o governo indonésio não quer a matança, mas ela inclui muito esforço e custos", disse Tri Akoso, completando que vários produtores já exterminaram seus plantéis. Nem todos os avicultores, no entanto, tomaram a mesma precaução. Um grupo de vendedores de frango de um mercado bastante movimentado de Kediri, a cerca de 600 quilômetros ao leste de Jacarta, disse que seus lucros dobraram desde o início da epidemia. "Nós estamos comprando os frangos pela metade do preço nas fazendas infectadas. Eu sei que eles estão doentes, mas ainda podemos vender a carne", disse Sa´at, que como outros indonésios, utiliza apenas um nome. Ele vende cerca de 400 aves vivas por dia no mercado de Kediri.

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