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Indonésia: novo protesto pela saída de Wahid

Por Agencia Estado
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Centenas de manifestantes começaram a reunir-se na madrugada de hoje em Jacarta, capital da Indonésia, em frente ao Parlamento em mais uma manifestação contra o presidente Abdurrahman Wahid - o que pode ser o primeiro passo para exigir a destituição do mandatário. Enquanto isso, os parlamentares decidem discutir sobre um possível processo de impeachment. Wahid tem sido acusado de envolvimento em escândalos financeiros que totalizaram US$ 6 milhões, o que ele nega. Os manifestantes estavam divididos em dois grupos: os totalmente contrários ao chefe de Estado e os que são favoráveis a ele. A polícia tenta separar os dois grupos, mas a tensão é muito grande porque várias pessoas chegam a todo momento. Cerca de dois mil policiais estão no local para tentar evitar maiores confrontos. Dirigentes de dois partidos majoritários no Parlamento anunciaram antes de começar a sessão de hoje que aceitam as conclusões da comissão parlamentar que investiga as acusações. Os deputados poderão dar uma advertência ao chefe de Estado, eleito em 1999 para um mandato de cinco anos, o que constituirá o primeiro passo para um processo que poderá acabar na destituição de Wahid. Na última segunda-feira, cerca de 10.000 estudantes protestaram em frente ao Parlamento. Os legisladores indonésios decidiram na madrugada de hoje debater uma resposta para a investigação das denúncias contra Wahid. Ele é acusado de ter desviado verbas públicas. O Parlamento tem o poder de forçar a destituição do presidente, cuja força vem se tornando muita fraca diante dos escândalos. A primeira acusação foi de que ele estaria envolvido no desvio de US$ 4,1 milhões da empresa estatal Bulog. O segundo, já conhecido como ?Bruneigate?, é a acusação que Wahid aceitou uma doação de US$ 2 milhões de um sultão de Brunei para auxiliar nos conflitos na província de Aceh. O apoio da vice-presidente Megawati Sukarnoputri - que era fundamental para a permanência do governante no poder pois ela faz parte do maior partido no Parlamento - foi praticamente retirado quando o Partido Democrático Indonésio (PDI-P) se declarou a favor do processo de impeachment.

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