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Indonésia: Wahid promete lutar por seu cargo

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Indonésia, Abdurrahman Wahid, enfrentando a pior crise de seu mandato, prometeu hoje lutar para se manter no cargo mesmo com a moção de censura aprovada pelo Parlamento ontem. ?Não há o que discutir sobre se eu vou renunciar. Eu não vou deixar o cargo até o final do meu mandato em 2004?, declarou Wahid em uma mesquita em Jacarta, capital do país. Por toda a Indonésia há pedidos para que ele deixe o cargo ou permaneça fora das investigações iniciadas na sexta-feira depois que o Parlamento o censurou diante das acusações de envolvimento em desvio de US$ 6 milhões. Segundo um dos porta-vozes dos legisladores, Amien Rais, que já foi aliado de Wahid e agora faz parte do grupo de oposição, o demorado processo de convocar uma sessão especial para decidir sobre a questão deveria ser contornado para evitar instabilidade no país depois da moção de censura. ?A ?hemorragia? deve ser estancada; caso contrário, a situação se tornará pior?, declarou. ?A credibilidade do presidente caiu para zero?, concluiu. O partido de Rais foi um dos vários que se uniram a Wahid 15 meses atrás, agora o abandonaram. O porta-voz do Parlamento Akbar Tandjung, outro ex-aliado do mandatário, disse que Wahid deve manter-se de fora enquanto as autoridades investigam o escândalo. Ele é acusado de desviar cerca de US$ 4 milhões de um fundo de pensão da empresa estatal Bulog, além de receber um misterioso donativo de um sultão de Brunei. Megawati - A vice-presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri - membro do maior partido do país, o Partido Indonésio Democrático (PDI-P) - possui o futuro do governante em suas mãos. Ela é considerada a mulher que se tornou o ícone da democracia nos últimos dias do ditador Suharto. O PDI-P sustentou a censura a Wahid ontem alegando que o mandatário agiu impropriamente. Megawati, que não quer ser vista empurrando para fora do poder o primeiro presidente eleito democraticamente, tem se mantido em silêncio. Wahid tem insistido em não renunciar alegando que possui o apoio irrestrito da vice-presidente.

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