Infectologista Anthony Fauci critica manipulação de fala em vídeo de campanha de Trump

De acordo com o especialista da Casa Branca, sua declaração sobre os esforços dos profissionais de saúde federais na pandemia foi tirada de contexto

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O infectologista Anthony Fauci, epidemiologista da Casa Branca durante a pandemia do novo coronavírus e muito respeitado nos Estados Unidos, expressou neste domingo, 11, insatisfação com um vídeo feito para a campanha de Donald Trump. De acordo com Fauci, comentários seus foram manipulados para dar a entender que ele apoia a condução da crise sanitária pelo presidente americano.

"Em quase cinco décadas de serviço público, nunca apoiei publicamente nenhum candidato", assinalou o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, em comunicado enviado à rede de TV CNN.

De acordo com o especialista da Casa Branca, declaração sobre os esforços dos profissionais de saúde federais na pandemia foi tirada de contexto. Foto: MANDEL NGAN / AFP

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O vídeo, de 30 segundos, destaca a experiência pessoal de Trump com o vírus e inclui um breve trecho de uma entrevista com Fauci que sugere que ele estaria elogiando a resposta do presidente à pandemia. "Não consigo imaginar que alguém possa estar fazendo mais", diz o médico na passagem editada.

"As declarações que a equipe de campanha do partido republicano atribuiu a mim sem autorização foram tiradas de contexto, a partir de um comentário que fiz meses atrás sobre os esforços dos funcionários de saúde federais", afirmou Fauci.

Como membro do grupo de trabalho da Casa Branca sobre o coronavírus, o infectologista, de 79 anos, reconhecido internacionalmente, já teve de corrigir cuidadosamente o presidente americano em comentários sobre as futuras vacinas ou tratamentos contra a covid-19.

Trump defendeu o vídeo e sua gestão da pandemia, minimizando as críticas de Fauci. "São, precisamente, as palavras do doutor Fauci. Fizemos um trabalho fenomenal, segundo alguns governadores", tuitou o presidente./ AFP

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