Inflação dos alimentos na Venezuela é a maior desde 1998

Alta geral de preços em outubro foi de 5,1% e em 12 meses chega a 54,3%

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - A inflação de outubro na Venezuela subiu 5,1%, informou o Banco Central da Venezuela (BCV). Nos últimos meses, os preços subiram 54,3%. Os preços que mais subiram foram os dos alimentos, afetados pela escassez de dólares que tem encarecido a maioria dos bens de primeira necessidade que são importados. A alta de itens alimentícios dacumulada de janeiro a outubro, de 57,8%,foi a mais alta no país desde 1998.

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Ainda de acordo com o BCV, a escassez de bens também subiu. A taxa de 22,4% é a mais alta registrada pela instituição desde abril de 2008. Segundo o banco, a escassez subiu em razão da falta de dois ou três produtos que afetam a economia por constituir parte importante da cesta básica. A instituição no entanto não detalhou quais seriam esses bens em falta.

Nesta semana, o presidente Nicolás Maduro lançou um pacote econômico que prevê maior centralização da distribuição de dólares e ampliação do tabelamento de preços, que agora abarcará de carros a roupas.

O presidente anunciou a criação de um Centro Nacional de Comércio Exterior, que vai centralizar as importações estatais e privadas. Estão previstas medidas também para aumentar a poupança em bolívares.

Em razão do aumento dos gastos públicos no ano passado e de uma queda na receita da PDVSA - provocada pelo comprometimento da produção com subsídios internos e acordos com países do Caribe, com a China e com Cuba -, a reserva de moeda estrangeira caiu. Como o câmbio na Venezuela é fixo, isso provocou uma distorção entre o preço oficial e o do mercado paralelo. Além disso, a distribuição de dólares para empresas importadoras tornou-se intermitente.

Governo e oposição atribuem causas diferentes para a escassez de dólares. As empresas dizem que não têm acesso à moeda em razão da baixa nas reservas e da burocracia. Os chavistas acusam os empresários de simplesmente revender os dólares no mercado negro para lucrar com a diferença de câmbio, sete vezes maior que o oficial. / EFE

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