Informe revela abusos contra estrangeiros presos nos EUA

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Por Agencia Estado
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O FBI demorou demais para determinar se centenas de estrangeiros detidos após os ataques de 11 de setembro de 2001 estavam envolvidos em atos de terrorismo, diz um informe do Departamento de Justiça. O informe indica que dezenas de detidos ficaram isolados durante 23 horas por dia e dormindo com luzes brilhantes durante toda a noite. O informe do inspetor geral, divulgado na segunda-feira, encontrou "problemas significativos" nas ações do governo de George W. Bush em relação a 762 estrangeiros detidos por transgressões às leis de imigração após os ataques em Nova York e Washington. Só um deles, Zacharias Moussaoui, foi acusado de algum delito vinculado com o terrorismo; 505 foram deportados. "Não temos de desculpar-nos por usarmos de todos os meios legais possíveis para proteger o público americano de novos ataques terroristas", disse a porta-voz do Departamento de Justiça, Barbara Comstock. Segundo as leis americanas, o governo tem até 90 dias para expulsar do território ou libertar os detidos. Mas pode retê-los por mais tempo se estiverem vinculados a uma investigação por delitos ou por terrorismo. Alguns dos detidos em função do 11 de setembro foram retidos até oito meses, embora a maioria tenha sido deportada antes do prazo de 90 dias. O inspetor-geral concluiu que, embora o Departamento de Justiça encarasse "enormes desafios e circunstâncias difíceis", o órgão envolveu-se numa ?quantidade significativa de atividades inaceitáveis?. O relatório também identificou um "padrão de abuso físico e verbal" contra alguns detidos.

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