Inglês testa seu foguete ´caseiro´

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Por Agencia Estado
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Foi um salto gigantesco para o pioneiro britânico da exploração espacial privada, embora tenha sido apenas um pequeno passo para o turismo espacial, como indústria. O primeiro veículo espacial particular do mundo subiu ontem para o céu por sobre a Baía de Morecamb, no noroeste da Inglaterra, levando consigo os sonhos de Steve Bennett de um dia viajar para a órbita da Terra a bordo de um foguete de fabricação própria. Ontem, Bennett assistiu de terra - mas com alegria indisfarçável - o vôo de seu foguete Nova, que lhe custou cerca de 400 mil libras. O veículo, que tem 11 m de altura e pesa cerca de 800 quilos, atingiu a altitude de 1.800 metros e uma velocidade máxima na casa dos mil km/hora. Ele descreveu uma parábola quase perfeita no céu antes de cair. Foi um lançamento apenas experimental. O projeto de Bennett, 37 anos, ex-técnico de um laboratório da região de Manchester, é uma missão tripulada - com ele próprio no comando - para além da atmosfera terrestre. "Eu sempre sonhei em voar para o espaço com um foguete", contava ontem o inventor. "Agora, já tenho um que comprovadamente funciona: estou mais perto de tornar este sonho realidade." Com seu Nova, Bennett já não "cabe" na Grã-Bretanha. Para seus próximos testes, ele terá de levar o foguete (que é reutilizável) para os desertos da África ou da Austrália. É de um desses pontos que ele planeja tentar, no primeiro semestre de 2002, seu primeiro vôo tripulado. Já antes do lançamento de ontem Bennett tinha sido alertado para os riscos de provocar uma tragédia caso seu protótipo, ainda não testado, falhasse. Mas o Nova foi impecável: subiu a até 1.800 metros, até que o foguete separou-se da cápsula, recuperada intacta. Treinamento Bennett assistiu ao teste de seu "controle de missão", improvisado com sucata de uma torre de observação militar americana. Ele e seu futuro co-piloto, Anthony Haynes, de 22 anos, estão em pleno treinamento para tornar-se astronautas: já fizeram 80 saltos de pára-quedas e 22 sessões com uma centrífuga que simula gravidade zero. "Esse teste de hoje anuncia a nova era do espaço ao alcance de todos", estusiasmava-se o inventor. Mas o objetivo imediato de sua empresa, a Starchaser Industries, é um prêmio de US$ 10 milhões oferecido nos EUA, como incentivo ao turismo espacial, à primeira instituição privada capaz de levar pelo menos três pessoas em uma viagem (de ida e volta) a até pelo menos 100 km da Terra.

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