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Inquérito sobre Gaza será realizado mesmo sem apoio de Israel, diz ONU

Organização pretende investigar se Israel e Hamas cometeram crimes de guerra durante conflito.

Por BBC Brasil
Atualização:

Um inquérito da ONU sobre possíveis crimes de guerra na Faixa de Gaza será realizado mesmo se Israel não cooperar, disse nesta quarta-feira Richard Goldstone, que lidera a equipe de investigações para o Conselho de Direitos Humanos da organização. Goldstone afirmou que está "decepcionado" com o fato de Israel não ter dado respostas positivas às investigações e afirmou que, se o governo israelense não fornecer vistos, sua equipe vai entrar na Faixa de Gaza pelo Egito. A ONU quer investigar se Israel e o Hamas cometeram crimes de guerra durante o conflito que durou 22 dias e foi encerrado em 18 de janeiro de 2009 na Faixa de Gaza. Mas Israel acusa a ONU de preconceito em suas investigações. O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi acusado de agir de foma injusta em relação a Israel e é visto por alguns como um órgão de menor credibilidade na ONU. No entanto, segundo correspondentes, a indicação de Goldstone - um respeitado promotor de crimes de guerra da África do Sul que também é judeu - como chefe do inquérito, aumentou a influência do órgão. Vários inquéritos a respeito de possíveis violações das leis internacionais durante a operação de Israel na Faixa de Gaza já apresentaram seus resultados à ONU. O secretário-geral Ban Ki-moon pediu de Israel mais de US$ 11 milhões em indenização devido a danos causados às instalações da ONU na Faixa de Gaza, depois de um inquérito menos amplo da organização ter acusado os israelenses de atingirem abrigos de civis palestinos. Bloqueio Goldstone afirmou que sua equipe espera visitar cidades no sul de Israel que foram atingidas por foguetes disparados por palestinos, antes de entrar na Faixa de Gaza a partir desta região israelense. Mas, se Israel não permitir a viagem dos investigadores, a passagem de Rafah na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito seria uma "segunda opção". O chefe do inquérito afirmou que, depois de uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a equipe resolveu realizar uma série de audiências públicas. "Será melhor" se estas audiências puderem ocorrer no Oriente Médio, mas se isto não for possível, Goldstone afirmou que Genebra poderia sediar as audiências e as testemunhas poderiam viajar até a cidade ou dar seus testemunhos por meio de video link. A maioria dos palestinos que vivem na Faixa de Gaza não pode sair da região devido ao bloqueio que Israel mantem ao território. Israel não deu uma resposta oficial à equipe do inquérito, mas segundo informações da imprensa, o governo não teria planos de cooperar. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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