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Inscrição de 63 d.C. faria referência a Jesus

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor da Biblical Archeology Review, Hershel Shanks, anunciou que uma urna fúnebre de 2 mil anos, descoberta recentemente em Israel, seria o mais antigo indício da existência de Jesus. A descoberta foi feita pelo especialista francês em inscrições antigas André Lemaire, que terá um artigo sobre o assunto publicado no próximo número dessa revista americana. Segundo Lemaire, é "muito provável" que se trate de um registro autêntico. A urna, de cerca do ano 63 d.C., traz uma inscrição em aramaico que diz: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus". O especialista observou que o estilo de escrita e o fato de os judeus terem praticado enterros nessas urnas somente entre os anos 20 a.C. e 70 d.C. coincidem com a época em que viveram Jesus e o apóstolo Tiago, primeiro bispo de Jerusalém e citado nos Evangelhos de Marcos e Mateus como um dos ?irmãos? de Jesus, embora a doutrina católica interprete esse dado como se referindo, na verdade, a ?primos?. Lemaire acrescentou, ainda, que nomear o irmão e o pai num ossuário era "muito pouco usual", a não ser que se tratasse de um personagem célebre, o que sugere que esse Jesus, em particular, teve algum papel de destaque ou era muito conhecido. Impossível, porém, provar com certeza que fosse Jesus de Nazaré. O arqueólogo Kyle McCarter, da Universidade Johns Hopkins, disse que a identificação é provável, ainda que com "um pingo de dúvida". "Pode ser que nunca tenhamos certeza", afirmou. A urna, de pedra calcária, pertence a um homem que pediu para não ser identificado para evitar o assédio da imprensa e de religiosos.

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