Instabilidade na Líbia faz preço do petróleo chegar a US$ 104,57

Barril do tipo Brent subiu 1,75% nesta segunda-feira, atingindo o maior nível desde a crise de 2008

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Por BBC Brasil
Atualização:

Como resultado da instabilidade política na Líbia, o preço do petróleo do tipo Brent subiu 1,75% nesta segunda-feira, atingindo US$ 104,57, maior nível desde o início da crise econômica, em 2008.

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Veja também: mais imagens Galeria:   Veja imagens dos conflitosespecialInfográfico A revolta que abalou o Oriente Médio

A empresa petrolífera BP anunciou sua intenção de evacuar parte de seus 140 funcionários no país, um grande exportador para o mercado europeu. Paralelamente, as ações da petrolífera italiana ENI, que também atua na Líbia, caíram 3,2%.

A companhia disse no sábado que suas operações não haviam sido afetadas pela violência, que naquele dia se espalhou para a capital, Trípoli.

Segundo relatos, uma greve de funcionários fechou o campo de Nafoora, operado por uma subsidiária da petrolífera estatal líbia.

Evacuação

Um porta-voz da BP disse que a empresa britânica estava monitorando a situação na Líbia e "fazendo os preparativos para evacuar algumas das famílias, e alguns funcionários não essenciais nos próximos dois dias".

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Só 40 dos seus funcionários na Líbia são expatriados.  A empresa já interrompeu suas operações em campos onshore (sobre a terra), embora os campos ainda estejam em fase preparatória, sem produzir petróleo.  A BP diz que outros campos offshore explorados pela companhia não foram afetados.

A chancelaria da Grã-Bretanha recomendou que cidadãos britânicos sem necessidade de permanecer na Líbia deixem o país por meios comerciais desde que seja seguro fazê-lo, e os Estados Unidos aconselharam seus cidadãos a não viajar ao país africano a menos que seja essencial. A Turquia diz ter recebido 3 mil pedidos de seus cidadãos na Líbia para serem resgatados de avião. O primeiro avião turco foi enviado a Benghazi, epicentro da revolta, no domingo. Ansiedade nos mercados Os mercados de commodities não estão preocupados só com a Líbia, mas também com a ameaça de crescentes tensões no Irã, o segundo maior produtor petrolífero da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo). Há ainda temores de que o maior produtor da Opep, a Arábia Saudita, sucumba à instabilidade, embora o regime saudita ainda não tenha enfrentado protestos.Apesar dos eventos recentes no Oriente Médio, o fornecimento de petróleo ainda não foi interrompido. A Líbia produz 2% do petróleo extraído no mundo, embora seja responsável por 10% do mercado europeu. A Itália é sua maior compradora. A atividade petrolífera é fundamental para a economia líbia, representando 95% de suas exportações e 25% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Bahrein Outro país afetado por distúrbios no Oriente Médio, o Bahrein teve sua nota de crédito rebaixada nesta segunda-feira pela agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P). A S&P reduziu em um nível a nota da dívida soberana do Bahrein, de "A-" para "A-2", e alertou que poderia baixá-la ainda mais, caso os protestos contra o governo bareinita se intensifiquem. Na quinta-feira, a agência Fitch anunciou que poderia rebaixar as notas dos papéis de longo prazo do governo do Bahrein.

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