Insurgentes atacam marines em Faluja

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Fuzileiros navais (marines) americanos apoiados por tanques e helicópteros artilhados enfrentaram hoje insurgentes na nortista Faluja, matando nove deles, sublinhando a fragilidade de uma tentativa de levar a paz à sitiada cidade, com oficiais dos EUA denunciando que os guerrilheiros não estavam entregando suas armas. Helicópteros Cobra e tanques participaram ativamente dos confrontos no bairro de Julan, onde insurgentes estariam posicionados. O ataque ocorreu enquanto comandantes marines afirmavam que nenhum guerrilheiro havia se apresentado para entregar armas, uma exigência-chave do acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na terça-feira. Os marines, em resposta, suspenderam um compromisso-chave que assumiram no acordo, a permissão para moradores retornarem a Faluja. Cerca de 10 famílias conseguiram entrar na cidade pela manhã, antes de os marines anunciarem a cerca de 600 iraquianos que aguardavam num posto de checagem que ninguém mais teria permissão para passar. A multidão estava concentrava atrás de uma barreira de arame farpado, com mulheres e crianças exigindo que lhes dessem passagem. Caminhões com pertences das famílias também aguardavam em fila. Cerca de 70.000 pessoas - mais de um terço da população de Faluja - fugiram da cidade desde o início dos combates em 5 de abril, indo para Bagdá e cidades próximas. O ataque de hoje teve início, segundo marines, depois que insurgentes lançaram um assalto frontal contra posições americanas com uma barragem de granadas propelidas por foguetes e disparos de armas leves. O porta-voz tenente Eric Knapp disse que nove insurgentes foram mortos e três marines, feridos. O capitão Matt Watt sugeriu que o ataque foi um ato isolado, promovido por um grupo pequeno de guerrilheiros, não colocando em risco o acordo de cessar-fogo. Mas o fato de nenhuma arma ter sido entregue seria um desdobramento mais preocupante, frisaram marines. Oficiais dos EUA têm alertado que o sucesso do acordo depende da capacidade de negociadores de Faluja - um grupo de líderes civis locais - de convencer os guerrilheiros a entregar seus arsenais. A implementação do acordo começou com uma ponta de otimismo na terça-feira. Centenas de policiais e forças de segurança iraquianos retornaram à cidade, e o início de um toque de recolher foi mudado das 19 horas para as 21 horas. Por alto-falantes, autoridades locais instruiram os moradores a como entregar armas pesadas aos policiais. Mas até a tarde de hoje, informou o tenente marine Brennan Byrne, nenhuma arma foi entregue. "Pode ser um indício de que os insurgentes não irão cumprir suas obrigações no acordo", avaliou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.