Integrante da banda russa Pussy Riot inicia greve de fome na prisão

Tolokonnikova, condenada a dois anos de prisão, diz sofrer maus tratos e ameaças de morte

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Por Redação
Atualização:

MOSCOU - Uma integrante da banda russa Pussy Riot que está presa afirmou nesta segunda-feira, 23, que vai começar uma greve de fome em protesto aos maus tratos que alega sofrer na prisão. Nadezhda Tolokonnikova diz que é submetida a "trabalho escravo" e ter sido ameaçada de morte por um funcionário do local.

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Tolokonnikova foi condenada a 2 anos de prisão em agosto de 2012 depois de ter realizado um protesto em uma catedral de Moscou, que a banda chamou de "oração punk", contra o presidente Vladimir Putin em meio a manifestações de rua contra o governo.

"A partir de 23 de setembro, eu vou começar uma greve de fome e me recusarei a participar do trabalho escravo na colônia", escreveu Tolokonnikova em uma carta que foi divulgada pelo marido, Pyotr Verzilov. "Eu vou fazer isto até que a administração obedeça a lei e pare de tratar as mulheres encarceradas como gado", escreveu.

Tolokonnikova está na colônia penal n.º 14, na região da Mordóvia, sudeste de Moscou. Ela afirmou que as detentas são forçadas a trabalhar até 17 horas por dia, costurando uniformes policias.

Segundo a integrante da banda, as mulheres não dormem mais de quatro horas por noite e os agentes prisionais usam detentas mais antigas para colocar ordem em um sistema que é uma reminiscência da Gulag, sistema penal de trabalho forçado da antiga União Soviética. "Suas mãos são furadas pelas agulhas e cobertas de arranhões, o sangue fica espalhado por toda a mesa de trabalho, mas mesmo assim você continua costurando", escreveu.

As autoridades carcerárias da região da Mordóvia acusaram Verzilov e a advogada de Tolokonnikova, Irina Khrunova, de chantagem e de tentar pressionar a colônia penal a dar um tratamento especial à integrante da banda - que deve ser libertada em março, assim como sua colega da banda Maria Alyokhina. Outra integrante do grupo teve a sentença suspensa.

Tolokonnikova já havia feito greve de fome este ano, depois que autoridades não a deixaram participar de uma audiência. Ela precisou ser internada no fim de maio e encerrou o protesto dias depois de autoridades prisionais aceitarem as demandas dela, disse Verzilov./ REUTERS

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