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Inteligência de Israel recruta dissidentes para trabalhar contra Teerã, diz 'Figaro'

Jornal francês afirma que Mossad recruta e treina exilados iranianos no Curdistão

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Por Redação
Atualização:

Texto atualizado às 13h38

 

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SÃO PAULO - Um blog publicado pelo jornal francês Le Figaro, um dos mais importantes do país, assegura nesta quarta-feira, 11, que o Mossad, serviço secreto israelense, recruta e treina dissidentes iranianos da região curda do Iraque para atuar contra o regime de Teerã. A informação vem na esteira do ataque ocorrido hoje na capital do Irã.

 

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No atentado, um cientista nuclear iraniano morreu. Ele supervisionava um departamento na central nuclear de Natanz, a maior do país. A bomba teria sido colocada no carro de Mustafa Ahmadi Roshan, de 32 anos, por um motociclista e, quando explodiu, também feriu outras duas pessoas.

 

Autoridades iranianas acusaram Israel de estar por trás do ataque, dizendo que ele foi similar a outros já cometidos contra cientistas nucleares do país há cerca de um ano. O vice-governador de Teerã, Safarali Baratloo, disse, segudo a agência Fars, que "a bomba (usada nesta quarta) é magnética e é a mesma (do mesmo tipo) que outras usadas para o assassinato de cientistas, e é obra dos sionistas (israelenses)".

 

'Fonte bem informada'

 

Citando uma fonte de segurança francesa, "bem informada em Oriente Médio", o repórter especial do Figaro Georges Malbrunot escreveu que membros da inteligência israelense operam ativamente no Curdistão e recrutam exilados iranianos na região. Segundo o perfil no blog de Malbrunot, ele foi correspondente do jornal em Jerusalém e em Bagdá.

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A imprensa internacional já afirmou, no passado, que agentes do Mossad estariam recrutando iranianos que se opõem ao regime dos aiatolás e que Israel os usaria para realizar ataques no país. O jornalista francês, contudo, não confirmou se o ataque de hoje tem envolvimento de Tel-Aviv.

 

No blog, Malbrunot reconhece que é "difícil dizer" se a morte de Roshan tem alguma relação com o suposto recrutamento de dissidentes, mas escreve que "o modus operandi do ataque traz a marca do Mossad".

 

O ataque desta quarta-feira coincide com o segundo aniversário da explosão que matou o cientista nuclear sênior Majid Shahriri. Diversos cientistas nucleares iranianos foram mortos nos últimos anos.

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