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Interior da Colômbia aguarda promessas de acordo com as Farc

Áreas rurais afetadas pelo conflito com as Farc ainda não têm serviços básicos como água potável, eletricidade e escolas

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Por Redação
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Nas cinco décadas de guerra civil na Colômbia, 220 mil pessoas morreram e grandes trechos do interior foram devastados. Nas áreas controladas pelos rebeldes, os serviços públicos desapareceram e a infraestrutura desmoronou. Quando o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) firmaram um acordo de paz, em setembro de 2016, o mundo aplaudiu. Mas acordos de paz assim nunca são fáceis de serem colocados em prática.

Membros das Farc perto de Medellín Foto: Federico Rios Escobar/The New York Times

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Um objetivo primordial das Farc era melhorar a vida dos colombianos do campo. O acordo dispôs sobre educação “universal” nas áreas rurais, da pré-escola ao ensino secundário, garantia de acesso a água potável e subsídios generosos para programas de desenvolvimento em locais que antes estavam nas mãos dos rebeldes. A guerrilha, por seu lado, se comprometeu a cessar as hostilidades e retornar à vida civil. As Farc poderiam concorrer em eleições. 

Com o acordo de paz aumentaram as esperanças de que o desamparo na zona rural seria aliviado. Mas, dois anos após a assinatura do acordo, uma vista à cidade de Juan José deixa claro que pouca coisa mudou. A comunidade de 8 mil habitantes até hoje não tem os serviços básicos que foram prometidos. 

Sem água potável, os moradores dependem de poços. Nenhuma escola foi construída, apesar das promessas do governo. Nos vilarejos vizinhos, novos grupos armados ocuparam o espaço deixado pelas Farc.

Emilio Archila, assessor do governo, disse que muitas das grandes promessas feitas – como o fornecimento de água e luz – levarão mais de uma década para serem cumpridas. “Quem acha que conseguiremos resolver essas questões em dois anos não entende a magnitude do problema.”

Quando o acordo foi assinado, a estimativa de gasto era de US$ 45 bilhões para atender às promessas por um período de pelo menos 15 anos. Na época, o governo desfrutava de receitas da companhia estatal de petróleo, cuja produção era vendida a US$ 100 o barril e cujo valor hoje é um terço menor. / NYT, TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 

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