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Internet cria transparência e canal direto de comunicação

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Por Redação
Atualização:

O uso que o candidato Barack Obama fez da internet durante a campanha trouxe a perspectiva de que o presidente Obama fará uma das administrações mais interativas da história dos EUA. "Ele aproveitou as oportunidades da internet como nenhum outro político", afirma John Wonderlich, diretor da Fundação Sunligh, que luta pela transparência na política. "A internet tem o potencial de trazer as pessoas para mais perto do poder e estamos animados para ver o que Obama fará com ela." Uma das promessas de campanha do presidente eleito foi a de deixar todos os contratos e concessões federais disponíveis na internet. Assim, a população poderá saber como os impostos que paga estão sendo empregados. "Liberar essas bases de dados à população terá um impacto positivo sobre a forma de o governo trabalhar", diz Wonderlich. Para ele, o aumento de fiscalização vai provocar um aumento da responsabilidade do Executivo. Outra proposta de Obama que chama a atenção é a abertura de consulta popular online antes de assinar novas leis. "Dar cinco dias para as pessoas dizerem se ele deve ou não aprovar uma determinada lei vai melhorar a transparência, a prestação de contas e a compreensão do governo", diz o cientista político Darrell West. Durante a campanha e o período de transição, Obama também aproveitou a internet para se aproximar e ganhar a confiança da população. Além de divulgados na mídia tradicional, anúncios e discursos oficiais foram transformados em vídeos do YouTube. "Com a internet, um político pode se comunicar diretamente com milhares de pessoas, sem o filtro da mídia", diz Thomas Gensemer, gerente de estratégia da empresa Blue State Digital, que desenvolveu os softwares para o site de campanha e transição de Obama. A comunicação direta, considerada uma das principais armas da vitória eleitoral de Obama, deve se manter e ser aperfeiçoada durante o governo. "Podemos esperar do presidente Obama aquilo que tivemos do candidato: alguém aberto, honesto e transparente", afirmou Gensemer. Mas para que as promessa de abertura e transparência se concretizarem, a equipe de tecnologia e comunicação de Obama terá grandes desafios a superar. A pesquisa online aos contratos federais precisa ser simples, de forma que pessoas leigas consigam encontrar o que desejam em imensas bases de dados. As respostas dadas pela população às consultas feitas terão de ser realmente levadas em conta. "Pode ficar difícil analisar a opinião de todo mundo", avalia o diretor da Sunlight. "Isso vai dar trabalho, algumas situações serão realmente desafiadoras, mas o importante é que eles estão tentando e aprendendo." A experiência mostra que até o momento a equipe de comunicação online de Obama, que conta com estrelas como Chris Hugles, do Facebook, e Eric Schmidt, do Google, vem acertando. Na campanha pela internet, Obama conquistou 3 milhões de doadores, mobilizou 35 mil grupos de voluntários e teve seus vídeos vistos 50 milhões de vezes no YouTube. Seguindo na linha da campanha, o site da transição permite que as pessoas se cadastrem, façam perguntas e participem de discussões. Ao dar opiniões, elas recebem notas de outros internautas. Quanto mais a pessoa participa e maiores as notas recebidas, ela se torna um comentador mais respeitado. As perguntas também recebem notas e são ranqueadas. As questões com maiores notas serão respondidas com um vídeo online pelo responsável da área. "O mais difícil de gerenciar é a expectativa das pessoas - e nisso a campanha acertou", afirma Gensemer. "O desafio agora é outro, mas para ter sucesso, o tom e a substância devem ser os mesmos."

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