Inundação na Índia mata 250 e deixa 2,5 milhões de desabrigados

PUBLICIDADE

Atualização:

Equipes de resgate usaram nesta segunda-feira sacos de areia para tentar conter uma inundação no sul do país. As fortes chuvas da semana passada já deixaram mais de 2,5 milhões de desabrigados, além de 250 mortos, segundo as autoridades. Elas dizem que é a pior inundação no sul da Índia em várias décadas, atingindo principalmente os Estados de Karnataka e Andhra Pradesh. Pelo menos 5 milhões de pessoas estão amontoadas em abrigos temporários do governo. As águas tomam também milhões de hectares de lavouras, inclusive canaviais, o que pode derrubar a produção de açúcar em Karnataka, terceiro maior produtor do país. Fontes do mercado estimam também que as enchentes irão reduzir a safra de milho em pelo menos 1 milhão de toneladas em Karnataka e Andhra Pradesh, que respondem por cerca de 35 por cento da produção total de milho da Índia. As autoridades disseram que 300 mil sacos de areia estão sendo usados para reforçar as margens do rio Krishna, que passa perto de Vijayawada, cidade com cerca de 1 milhão de habitantes no Estado de Andhra Pradesh, e importante centro comercial. Equipes de resgate também deslocaram mais de 200 mil pessoas que vivem perto do rio. Um alerta soou em cerca de 100 aldeias ribeirinhas. "São as piores inundações em 100 anos", disse Dharmana Prasada Rao, ministro regional de Andhra Pradesh para ações emergenciais. Equipes usam helicópteros e barcos para atirar rações e plásticos para centenas de moradores isolados em aldeias dos dois Estados afetados. As autoridades dizem que os desabrigados estão alojados em mais de 1.200 acampamentos temporários. Eles incluem cerca de 2,5 milhões que já perderam suas casas. Sonia Gandhi, dirigente do Partido do Congresso (governista), e o ministro federal do Interior, Palaniappan Chidambaram, inspecionaram a devastação. As autoridades dizem que várias áreas de terras agrícolas, inclusive plantações de cana e arroz, estão submersas. "Cerca de dois terços das 54 usinas de cana do Estado foram forçadas a adiar a trituração em uma semana a dez dias, já que os canaviais estão submersos", disse por telefone Govind Reddy, secretária da Associação de Usinas de Açúcar do Sul da Índia. (Reportagem adicional de Habib Beary em Bangalore)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.