Inundações deixam dezenas de mortos na Turquia

Mais de 1.700 pessoas tiveram de deixar suas casas; equipes de resgate ainda buscam desaparecidos

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Por Redação
Atualização:

BOZKURT, Turquia - Ao menos 38 pessoas morreram após fortes enchentes atingirem o norte da Turquia, informaram autoridades nesta sexta-feira, 13. Equipes de emergência revistam prédios desmoronados, casas inundadas e porões submersos em busca de mais vítimas e sobreviventes. Um político da oposição disse que mais de 300 pessoas podem estar desaparecidas.

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As chuvas torrenciais atingiram as províncias costeiras de Bartin, Kastamonu, Sinop e Samsun na última quarta-feira, 11, causando inundações que demoliram casas e pontes e arrastaram carros.

Mais de 1.700 pessoas tiveram de deixar suas casas, algumas sendo resgatadas de telhados por helicópteros. Muitas foram temporariamente alojadas em dormitórios estudantis.

O ministro da Saúde, Fahrettin Koca, anunciou no Twitter nesta sexta-feira que 32 pessoas morreram em Kastamonu e seis em Sinop. Em Kastamonu, um riacho rompeu suas margens e inundou a cidade de Bozkurt. As fortes enchentes demoliram um edifício à beira-mar e danificaram gravemente dois edifícios vizinhos. Vários corpos foram encontrados na costa do Mar Negro, relatou a emissora Halk TV, exibindo imagens de pessoas carregando um saco para cadáveres em uma praia de uma província não identificada.

O presidente Recep Tayyip Erdogan visitou a região nesta sexta-feira para demonstrar sua solidariedade com as vítimas e avaliar os danos. "A tristeza de vocês é de todos nós. O Estado está com vocês com todos os meios disponíveis", declarou Erdogan antes de comparecer ao enterro das vítimas.

Equipes de resgate buscam sobreviventes em Bozkurt, Turquia Foto: Press Office via REUTERS

As enchentes ocorreram na esteira dos incêndios florestais no sul da Turquia, que devastaram florestas nas províncias litorâneas de Mugla e Antalya, populares entre os turistas. O incêndio, finalmente controlado na quinta-feira, é um dos mais de 200 que ocorreram na Turquia desde 28 de julho. As chamas mataram pelo menos oito pessoas e inúmeros animais, e milhares de moradores tiveram que deixar suas casas.

Cientistas afirmam que mudanças climáticas causadas por queima de carvão, petróleo e gás natural estão causando eventos extremos como ondas de calor, secas, incêndios florestais, inundações e tempestades em todo o mundo. A Turquia não ratificou o Acordo de Paris, que estabeleceu metas a serem atingidas para se conter o aquecimento global.

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Abalados, alguns sobreviventes manifestaram indignação com as autoridades locais, acusando-as de não terem reagido na velocidade necessária para socorrer os moradores.

"Eles nos disseram apenas para salvar nossos veículos, porque o rio corria o risco de transbordar. Não nos disseram para salvar nossas vidas, nem a dos nossos filhos", criticou Arzu Yücel, cujas duas filhas gêmeas estão desaparecidas desde o desabamento do prédio onde moravam.

"Se tivessem nos alertado, teríamos saído em menos de cinco minutos. Não nos pediram para deixar o local", lamenta a moradora, citada pela agência de notícias DHA./ AP e AFP

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