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Inundações matam mais de 400 no noroeste do Paquistão

Por FARIS ALI
Atualização:

Fortes chuvas de monções provocaram as piores enchentes do noroeste do Paquistão em décadas, matando mais de 400 pessoas e forçando milhares de outras a deixarem suas casas, enquanto as autoridades esforçam-se para chegar a moradores isolados. Três dias de chuvas torrenciais levaram os rios a transbordar em diversos lugares e deixaram um rastro de destruição na província de Khyber-Pakhtunkhwa, arrasando casas, pontes, escolas, estradas e ferrovias. "De acordo com relatórios iniciais recebidos de todos os distritos, até agora 408 pessoas morreram" desde quarta-feira, disse o ministro da Informação paquistanês, Mian Iftikhar Hussain, a jornalistas na capital de província Peshawar. "Tememos que o número de mortes aumente uma vez que a água volte. Estamos diante do maior desastre da história de nossa província." As cidades de Nowshera e de Charsadda e o vale de Swat foram os locais mais atingidos quando as enchentes levaram casas e hoteis em torno das margens dos rios. "Metade de Nowshera já está debaixo dágua", disse Imran Khan, cuja casa fica ao lado do rio da cidade, cerca de 100 quilômetros a noroeste de Islamabad. "O hospital militar e muitos outros prédios na área de acantonamento também estão metade debaixo dágua... Alguns caminhões dos comboios de resgate militar estão presos na estrada", afirmou ele. O Exército paquistanês, que lidera os trabalhos de resgate, afirmou ter retirado cerca de 14.250 pessoas das áreas inundadas até agora. Cerca de 50 toneladas de alimentos foram levadas por ar para as áreas afetadas, informou o Exército num comunicado. Khyber Pakhtunkhwa tem visto alguns dos confrontos mais violentos da guerra do Paquistão contra os insurgentes do Taliban, afetando especialmente a região do Swat e arredores. Os militantes chegaram a 60 milhas da capital no ano passado, levando a uma grande ofensiva militar. A província registrou mais de 312 mm de chuvas nos últimos três dias - o número mais alto registrado dos últimos 35 anos --, afirmou o meteorologista Ghulam Rasul.

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