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Invasão do Líbano deve agravar violência na região, adverte Annan

Secretário-geral da ONU disse que o conflito criou uma situação humanitária que será ainda mais grave, caso se prolongue por mais 10 dias

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, advertiu que uma invasão israelense no Líbano terá graves conseqüências para a paz na região. Em entrevista ao programa "Larry King Live", da CNN, Annan afirmou que uma operação militar desse tipo "aumentará a resistência e deixará a luta ainda mais intensa". Enquanto Annan dava a entrevista, tropas israelenses se alinhavam na fronteira com o Líbano, no que indicava ser o preparativo para uma iminente invasão. O secretário-geral da ONU assinalou que não restava dúvidas de que a situação foi desencadeada pelo seqüestro de dois israelenses realizado pela guerrilha libanesa xiita Hezbollah. No entanto, Annan afirmou que a reação do Estado judeu diante dessa ação foi "desproporcional". "O intenso bombardeio da infra-estrutura do Líbano é um castigo para todos os libaneses, castiga o povo do país, e criar o colapso de seu governo é uma ação grave", disse. Annan indicou que o problema criou uma situação humanitária que será ainda mais grave caso o conflito se prolongue por mais 10 dias. O secretário-geral disse que em vez de um cessar-fogo, a suspensão das hostilidades permitiria ajudar a resolver a situação humanitária existente no Líbano como resultado dos ataques israelenses. Rice O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, vai receber na próxima segunda-feira a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que também se reunirá em Ramala com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. A agenda da chefe da diplomacia americana inclui encontros em Jerusalém com a chanceler israelense, Tzipi Livni, e com o ministro da Defesa, Amir Peretz, informou neste sábado, horário local, a rádio pública. O Governo dos Estados Unidos, que apóia Israel em sua ofensiva contra a milícia do Hezbollah, não está interessado num cessar-fogo, afirmou na sexta-feira a secretária de Estado à imprensa. Segundo Rice, um cessar-fogo, como deseja a comunidade internacional, daria condições ao Hezbollah para voltar a constituir uma ameaça contra o norte de Israel. O anúncio da chegada de Rice coincidiu com a notícia de que Israel vai receber bombas de origem americana. Segundo o jornal "The New York Times", as bombas são de alta precisão. Com duas toneladas e meia, elas podem penetrar abrigos subterrâneos de cimento armao, guiadas por laser ou via satélite e podem ser lançadas pelos caça-bombardeiros F-16 da Força Aérea israelense.

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